O assistente do diretor geral brasileiro, Joel de Lima, participou nesta quarta-feira, 28, à noite, do encontro “Gênero em Debate”, promovido pela Universidade da Integração Latino-Americana (Unila) na Fundação Cultural, em Foz do Iguaçu. O evento faz parte das comemorações do município do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março.
Joel falou sobre as conquistas e os novos desafios do Programa de Incentivo à Equidade de Gênero da Binacional, que deve ampliar sua atuação com foco na diversidade.
Proposta inicial tinha como foco dar mais oportunidade de trabalho e promoção para as mulheres na Itaipu e na comunidade do seu entorno. O programa ganhou novas dimensões.
“Inicialmente, a proposta era tornar a relação de trabalho entre homens e mulheres mais equitativa na Itaipu e, por consequência, na comunidade do seu entorno”, disse Joel. Mas o programa ganhou outra dimensão: virou exemplo para demais empresas do setor elétrico e tornou-se uma política interna consolidada com diretrizes.
Joel relatou todo o processo de implantação do programa. “Em 2003, com a orientação do governo federal de ter uma usina mais socialmente responsável, a ex-diretora financeira, Gleisi Hoffmann, hoje, ministra da Casa Civil, ‘comprou a briga’ das mulheres e criou o Programa de Incentivo à Equidade de Gênero”, disse. Foi o primeiro dentro do setor elétrico.
O programa contou com a contribuição das próprias empregadas e colaboradoras que apresentaram sugestões para melhor as condições de trabalho e de crescimento profissional, sem distinção, para trabalhadores e trabalhadoras. Todos ganharam.
Os benefícios foram estendidos para os homens, entre eles o horário móvel, inicialmente implantado para facilitar a vida das mães que precisavam deixar os filhos na escola e não tinham flexibilidade de entrar e sair mais cedo ou vice-versa.
As conquistas foram além. Houve aumento da participação das mulheres nos programas de capacitação e a ampliação da participação feminina nos espaços de decisão. De 2003 a 2012, o número de mulheres em postos de chefia dobrou, de 10% para 20%. Até 2002, nenhuma mulher havia ocupado uma diretoria. Agora são três, uma no Brasil e duas no Paraguai, entre os doze diretores de ambos os países. Margaret Groff é a primeira mulher do quadro próprio a ocupar um cargo de diretora financeira executiva na Itaipu.
Do jeito que está não está bom
Embora Joel acredite nos avanços, fez uma provocação à plateia. “Hoje temos uma ‘presidenta’, mas ainda precisamos avançar muito mais. E esta mudança depende da atuação de cada um de nós. A omissão deixa tudo como está e, como está, não está bom”, frisou.
Participaram também do debate, representantes da Secretaria Municipal da Saúde, Delegacia da Mulher, Conselho Municipal da Mulher e do CRAM.
Com informações do JIE