Superávit de US$ 3 bilhões foi o melhor resultado para meses de fevereiro em 27 anos
A balança comercial registrou superávit de US$ 3 bilhões em fevereiro, melhor resultado para meses de fevereiro de toda a série histórica iniciada em 1989. Com esse resultado, a balança acumula saldo positivo de US$ 3,965 bilhões no ano, revertendo o déficit de US$ 6,010 bilhões registrado no primeiro bimestre de 2015. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
No segmento de bens intermediários, decresceram as aquisições de peças e acessórios para bens de capital, alimentos/bebidas para indústria, insumos industriais básicos e elaborados e peças para equipamentos de transporte.
No mês passado, as exportações totalizaram US$ 13,348 bilhões e as importações, US$ 10,305 bilhões. A corrente de comércio foi de US$ 23,652 bilhões. no mês passado, as exportações cresceram 4,6% em comparação com o mesmo mês de 2015. Isso interrompeu uma série de 17 meses de resultados negativos. O último crescimento das exportações havia sido registrada no comparativo agosto de 2014 com agosto de 2013.
As vendas de bens industrializados foram determinantes para o resultado. As exportações somadas de manufaturados e semimanufaturados cresceram 9,6% em relação a fevereiro do ano passado. Um destaque envolveu as vendas externas de veículos (que incluem ônibus, caminhões, automóveis e comerciais leves) que aumentaram 52,1%. Em fevereiro de 2016, o setor foi responsável por exportações de US$ 604 milhões, enquanto no mesmo mês do ano passado as vendas alcançaram US$ 397 milhões.
Também em unidades exportadas, o crescimento foi expressivo: 85,5%, com a evolução de 27,5 mil unidades para 51 mil (sempre comparando fevereiro de 2016 com o mesmo mês de 2015). Segundo o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação (Deaex) da Secex/MDIC, Herlon Brandão, os principais destinos foram Argentina e México. “Esse desempenho é resultado dos acordos fechados pelo Brasil e também do atual patamar do câmbio, que favorece as exportações”, ressaltou.
No mesmo período de comparação, as exportações de básicos registraram queda de 0,5%. Para Brandão, houve impacto da diminuição dos preços internacionais, principalmente de commodities minerais, como minério de ferro e petróleo. Por outro lado, ele destacou o crescimento do volume das exportações de commodities agrícolas, como milho e soja, cujos embarques aumentaram 386% e 134,5%, respectivamente.
No geral, o índice quantum, que mede o volume de exportações, cresceu 30,7% no mês, enquanto os preços dos produtos exportados por empresas brasileiras caíram em média 19%.
Exportações
A média diária das exportações em fevereiro chegou a US$ 702,5 milhões, 4,6% acima da média verificada em fevereiro do ano passado (US$ 671,8 milhões), resultado do embarque de produtos manufaturados (US$ 5,443 bilhões), básicos (US$ 5,245 bilhões) e semimanufaturados (US$ 2,283 bilhões). Na comparação com janeiro de 2016, a média diária das exportações subiu 24,9% (US$ 562,3 milhões).
As exportações de manufaturados subiram 7,9% no mês em comparação com fevereiro de 2015. O desempenho do grupo foi puxado principalmente por tubos flexíveis de ferro e aço (531,1%), etanol (244,8%), suco de laranja congelado (83,2%), suco de laranja não congelado (81,9%), automóveis (58,3%), torneiras e válvulas (57,5%), veículos de carga (39,6%), polímeros plásticos (39,4%), açúcar refinado (35,9%), laminados planos (17,9%), pneumáticos (16,3%), máquinas para terraplanagem (10,5%) e aviões (9,3%).
No grupo de produtos semimanufaturados (com alta de 14% no comparativo com fevereiro do ano passado) cresceram as vendas principalmente de açúcar em bruto (121,6%), catodos de cobre (63,2%), celulose (32,4%) e madeira serrada (22,1%).
As exportações de produtos básicos caíram 0,5%, especialmente envolvendo minério de ferro (-48,8%), petróleo em bruto (-28,2%), café em grão (-23,8%), carne de frango (-14,7%) e farelo de soja (-11,4%). Por outro lado, cresceram as vendas de milho em grão (309,5%), soja em grão (95,8%), algodão em bruto (53,4%), carne suína (27,1%), fumo em folhas (16,0%), carne bovina (12,7%) e minério de cobre (9,9%).
Importações
No mês fevereiro, as importações caíram 34,6% sobre o mesmo mês do ano passado, na comparação pela média diária: US$ 542,4 milhões em fevereiro de 2016 contra US$ 829,6 milhões, no mesmo mês de 2015. No mês, decresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (-54,6%), bens de capital (-33,3%), bens intermediários (-32,5%) e bens de consumo (-20,5%).
No grupo dos combustíveis e lubrificantes, a retração ocorreu principalmente pela diminuição dos preços de naftas, gasolina, petróleo em bruto, gás natural e carvão.
No segmento bens de consumo, as principais quedas foram observadas nas importações de equipamento de transporte não industrial, automóveis de passageiros, bens de consumo duráveis – exceto equipamento de transporte, bens de consumo semiduráveis e alimentos/bebidas para consumo doméstico.
Com relação a bens de capital, decresceram as importações nos dois subgrupos: equipamentos de transporte industrial; e bens de capital, exceto equipamentos de transporte industrial.
Bimestre
No primeiro bimestre, a balança comercial acumula um superávit de US$ 3,965 bilhões, revertendo o déficit registrado em igual período de 2015 (US$ 6,010 bilhões).
No acumulado do primeiro bimestre de 2016, as exportações somaram US$ 24,593 bilhões e as importações US$ 20,628 bilhões – valores 4,7% e 35,1% menores, respectivamente, que os registrados no mesmo período do ano passado (pela média diária). A corrente de comércio totalizou US$ 45,221 bilhões, uma queda de 21,5% sobre o mesmo período de 2015 (US$ 57,602 bilhões), pela média diária.
Fonte: MDIC
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