“A Tríplice Fronteira respeita a Criança e o Adolescente”. É com esse mote que a região entre Brasil, Paraguai e Argentina, que une Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazú, quer colocar em prática uma força-tarefa convocando toda a população para combater a exploração sexual infantojuvenil – um estigma que assola toda a sociedade
O principal público-alvo são os turistas, já visando a Copa
do Mundo e as Olimpíadas, quando o número de visitantes na região deve
aumentar. “O objetivo é mostrar aos visitantes que os direitos da criança são
um valor importante para os cidadãos da fronteira, que deve ser reconhecido,
assegurado e respeitado”, disse Joel de Lima, assistente do diretor-geral
brasileiro da Itaipu.
O slogan ainda não foi definido, mas a mobilização pretende
reunir toda a comunidade e prevê uma grande campanha, com peças de mídia como
outdoors, outbus, vídeos, spots para rádio, placas na sala de desembarque do
aeroporto e rodoviárias, materiais para jornais e revistas, cartazes, adesivos,
banners para distribuição em escolas e postos de saúde.
Também estão previstas capacitações para profissionais do
turismo, taxistas, frentistas, garçons, entre outros. A ideia é tornar cada
morador um multiplicador da campanha. A ação será feita de forma permanente nas
três cidades e não só durante os grandes eventos esportivos e turísticos.
Foz do Iguaçu é um dos destinos turísticos mais importantes
do Brasil. Só no ano passado, recebeu 2,5 milhões de visitantes no Parque
Nacional do Iguaçu, a principal atração da cidade. Foz não será subsede da Copa
do Mundo, mas está habilitada tecnicamente como centro de treinamento para
receber uma das seleções.
Para colocar em prática a campanha, as entidades envolvidas
na ação formaram um grupo de trabalho. O GT foi
criado durante uma reunião com todos os parceiros. A iniciativa reúne a
Itaipu Binacional, as secretarias municipais de Assistência Social e Turismo, a
Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Conselho Municipal do Turismo,
Vara da Infância e da Juventude, Ministério Público do Trabalho, Rede Proteger
e representantes do Paraguai e da Argentina.
Esta campanha é uma versão revigorada de um trabalho
realizado em 2003, agora ampliado em uma nova dimensão. A primeira edição,
voltada apenas para o Brasil e o Paraguai, atuava apenas junto aos
profissionais do turismo. Agora, a Argentina passa a fazer parte da ação, e
profissionais de todas as áreas da economia poderão ser capacitados.
“Nossa missão é ampliar e fortalecer o debate, melhorando
nossas experiências e, se possível, servindo de referência para outras
cidades”, disse Joel de Lima.
Denúncias
Outro eixo importante da campanha é sensibilizar a sociedade
para que denuncie quando presenciar uma situação de exploração. “Temos uma
proposta de habilitar um único número de telefone nos três países, para
facilitar as denúncias. Também queremos criar um banco de dados comum para
levantar estatísticas mais concretas sobre os atendimentos”, informou Sueli
Ruiz, coordenadora da PAIR-Mercosul (Estratégia Regional de Enfretamento ao
Tráfico de Crianças e Adolescentes).
Não existem dados oficiais, mas, em 2003, um levantamento da
OIT mostrou que havia 3.200 crianças e adolescentes em situação de exploração
na região das três fronteiras. “O importante é que toda a sociedade esteja
mobilizada de forma permanente para combater o problema, que não é exclusivo da
região”, enfatizou Joel.
Fonte: Assessoria
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