"A escola deve ser mais presente na vida das crianças. Constituir um espaço de diálogo, de debate, de busca de ações que possam criar um ambiente privilegiadamente pedagógico", afirmou a socióloga, Graça Gadelha, especialista em Políticas Públicas na área da infância e da juventude durante a programação do ciclo "Rodas de Conversa – Ciclo de Debates para a Diversidade", organizado pelo Projeto Plugados – Canais Ligados na Cultura, no final de semana.
A palestra, na sexta-feira, à noite, reuniu mais de 200 professores, estudantes e operadores dos direitos da criança, no Hotel Bella Itália.
Abordando as funções da escola e da família, no processo de formação do cidadão, Graça disse que, muitas vezes, a escola vira uma mediadora de conflitos e o professor se constitui numa referência, tendo que arcar com muitas responsabilidades, quando ele também precisa de cuidados", criticou
Para Graça, a família deveria ser a referência, pois, a história começa dentro de suas casas. Por outro lado, a escola precisa ensinar não apenas as disciplinas curriculares, mas formar crianças aptas para refletir sobre o contexto sócio-cultural e político.
Cultura
A socióloga lembrou que embora nos últimos anos tenha se buscando formas de erradicar a exploração sexual de crianças e adolescentes, como o trabalho desenvolvido pelo Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA), da Itaipu, a situação ainda é bastante crítica no país. “Embora trabalhe há 20 anos na área, algumas coisas ainda me assuntam.“No nordeste, por exemplo, já se fala em gravidez na infância”, disse.
Para ela, é preciso mudar o padrão hegemônico da cultura. “O homem ainda sente-se no direito de usar o corpo das crianças. Essa cultura machista precisa mudar”, afirmou.
No entendimento de Graça, a exploração sexual e o tráfico de pessoas tem “cara”. Atinge principalmente meninas pobres e de classes excluídas.
Abertura
Na abertura do seminário, o assistente do diretor-geral, Joel de Lima, deu boas-vindas ao público. “Aqui, estamos discutindo valores e propostas para construir um país futuro, estruturado e com valores que nos façam ter orgulho do trabalho realizado”, destacou.
No sábado, no Refúgio Biológico, estudantes de escolas públicas de Foz participaram com oficinas formativas.
O Plugados é mantido pela Casa do Teatro e PPCA, da Itaipu.
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