segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Menos dinheiro, mais amor

Em um país onde as riquezas ainda estão concentradas nas mãos da minoria, a Campanha da Fraternidade 2010, “Economia e Vida: Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”, lança o desafio de estimular a sociedade a evitar o consumo excessivo e, sobretudo, a adoração ao dinheiro. A proposta é melhorar a distribuição de renda no Brasil, mas sem adotar o assistencialismo, bem como estimular a produção e o uso consciente, sem degradar os recursos naturais.

Para levar os debates a toda a comunidade, a Campanha da Fraternidade, pela terceira vez, é ecumênica. Reúne não apenas a igreja católica, mas todas as denominações religiosas. Em Foz do Iguaçu, o lançamento ocorreu no sábado pela manhã, na Escola de Teologia, com a presença de várias autoridades e líderes religiosos. Até a Páscoa, em todas as atividades religiosas, o texto-base da Campanha será lido e debatido entre os fiéis.


Lideranças e representantes de igrejas e a comunidade participam do lançamento da campanha.

Representando a Itaipu, Joel de Lima, assistente do DGB, comentou o tema adotado pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “Reduzir as desigualdades sociais entre os brasileiros e preservar o meio ambiente são temas de extrema necessidade. Desde 2003, a Itaipu seguindo orientações do governo federal, tem adotado uma política social, mas ainda há muito a ser feito em Foz do Iguaçu e no Brasil.

Joel de Lima, assistente do DGB, Jorge Samek, representou a Itaipu no evento.
Segundo Joel, as igrejas, independentemente de seguir a bíblia ou o alcorão, têm um papel fundamental nesta transformação. “Devemos ver as pessoas como cidadãos, não como números”, completa.

Adoração ao dinheiro
Segundo o bispo dom Laurindo Ghizzardi, o tema “Economia e Vida” foi eleito porque boa parte da população, ao invés de adorar a Deus, está adorando o dinheiro. E esta ação tem degradado o meio ambiente e promovido a disparidade entre os povos. “Não estamos condenando os ricos, mas o culto excessivo ao capital. Dinheiro não é Deus, mas servo”, destaca.

Para o bispo, a união entre as igrejas reforçará a meditação e, com certeza, proporcionará uma mudança de comportamento neste período de jejum que antecede a Páscoa. A mesma opinião é compartilhada pelo pastor da Igreja Luterana do Brasil Osnildo Friedmann. O objetivo, segundo ele, é estimular a reflexão sobre os pontos positivos e negativos do capitalismo. “Precisamos administrar com solidariedade. Assim, todos os cidadãos poderão ter uma vida digna e com seus direitos garantidos”.

Para o sheik Mohsin El Hossaini, a religião está a serviço da sociedade. E deve debater os mais diversos temas, sejam eles políticos, sociais ou econômicos. “Este ano a campanha é ecumênica, mas mesmo quando é apenas liderada pela igreja católica, estamos presentes”.

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