Expectativa do governo e empresários é confirmada por estudo da Organização Mundial do Turismo
A isenção de vistos de entrada para turistas americanos, japoneses, canadenses e australianos, que vierem assistir aos Jogos Olímpicos (5 a 21 de agosto) e Paralímpicos (7 a 18 de setembro), concedida pela lei 13.193, que começou a vigorar no último dia 1º, deverá trazer resultados positivos para o turismo e a economia do Brasil. A medida elevou a expectativa de 400 para mais de 500 mil turistas durante os eventos.
Essa é a avaliação feita, nesta sexta-feira (3), pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, ao lembrar que há cerca de 30 anos o Brasil recebe anualmente quase seis milhões de turistas internacionais, dos quais 10% ( 600 mil), são oriundos dos Estados Unidos, que visitam o Rio de Janeiro. A isenção tem validade para entrada no País até 18 de setembro, dia do encerramento dos Jogos Paralímpicos. O visitante pode ficar em território brasileiro por até noventa dias.
“É um mercado muito importante que, de certa forma, está contido pela dificuldade da obtenção de visto. Com essa exigência caindo durante a Olimpíada, vamos ter um número enorme de americanos vindo para o Rio de Janeiro e para o Brasil”, afirmou Lopes. O presidente da ABIH-RJ destacou que o mesmo se aplica ao Japão, Canadá e Austrália, também beneficiados pela medida, embora os Estados Unidos sejam considerados hoje o maior exportador de turistas para o mundo.
Estudo confirma expectativa
O chefe da Assessoria Especial de Relações Internacionais do Ministério do Turismo, Acir Pimenta, compartilha do otimismo. Estudo, baseado em pesquisa da Organização Mundial do Turismo (OMT) com todos os Países que adotam a medida de derrubada do visto, mostra que houve um aumento de cerca de 20% no fluxo de turismo nos primeiros anos após a validade da isenção.
Pimenta explicou que esta será primeira vez que o Brasil faz uma suspensão unilateral de vistos visando o aumento de turistas de alguns países que compartilham características comuns. Entre elas, indicou a forte tradição olímpica – são nações que já realizaram ou vão realizar olimpíadas, têm histórico importante de emissores de turismo e não oferecem riscos migratórios. Isso fez com que o Brasil abrisse mão da regra da reciprocidade, pelo período de três meses.
Ele destacou ainda que os Estados Unidos são historicamente, nos últimos dez anos, o segundo maior emissor de turistas para o Brasil, por ano, com 600 mil visitantes, depois da Argentina, que soma 1,6 milhão de turistas.
Segurança Garantida
De acordo com Acir Pimenta, a medida não significa que o País está abrindo mão de sua soberania. “É apenas um teste para ver como funciona a atração do turismo brasileiro”, salientou. Se a (eliminação da) barreira do visto se mostrar muito promissora, o Brasil poderá negociar o prosseguimento dessa política e explorar a questão da reciprocidade.
Não há, também, temor de que a isenção de visto atraia para o Brasil algum tipo de terrorista. O representante do Ministério do Turismo esclareceu que a política de visto não tem nada a ver com segurança de turismo e prevenção de terrorismo, “por uma razão muito simples: o visto é uma expectativa de a pessoa poder entrar no país”. A questão da segurança é incumbência da Polícia Federal em cooperação com outros organismos, como a Interpol e a Secretaria Especial de Grandes Eventos, do Ministério da Justiça, está cuidando dessa área para o governo federal.
Pimenta ressaltou ainda que não há, nos últimos registros de terrorismo internacional, nenhum ato de grande monta praticado por pessoas dos países abrangidos pela isenção de visto e “o visto não é uma barreira ao terrorismo”.
Fonte: Portal Brasil, com informações da Agência Brasil
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