terça-feira, 5 de abril de 2016

Número de registros de violência contra crianças aumentou 10% em Foz, em 2015

Luciana Sartori, do GT Itaipu-Saúde, fala sobre o trabalho do grupo na região.

O número de registros de crimes envolvendo crianças e adolescente em Foz do Iguaçu aumentou 10% de 2014 para 2015, segundo dados do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM). As informações foram repassadas na sexta-feira (1º), durante a Reunião da Rede Proteger, da qual Itaipu faz parte, na sede da Guarda Mirim.

Em 2014, foram registrados 2.734 ocorrências envolvendo meninas e meninos infratores e vítimas. Em 2015, foram 3.015.
Ameaça consta no topo da lista. Em 2014 foram registrados 265 casos, no ano seguinte, 321. Ocorrências de furto praticamente dobraram de um ano para o outro: de 126 saltou para 243.

No caso dos boletins de ocorrências de roubo houve um aumento de 10 casos, de 124 para 134. O levantamento mostra também que os estupros contra vulneráveis tiveram um acréscimo significativo, de 88 registros para 100.

Os crimes de lesão corporal e maus tratos, por sua vez, diminuíram de 203 para 199 e de 71 para 61, respectivamente.

Apesar do acréscimo no número de boletins de ocorrências, o inspetor da Guarda Municipal Everson Cadaval Madruga explicou que os dados são muito subjetivos e não afirmam que, necessariamente, a violência tenha crescido na cidade. “Nós sempre fazemos uma pergunta: aumentou a violência ou diminuiu a subnotificação?”

No entendimento de Maria Emília Medeiros de Souza, coordenadora do Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA), da Itaipu, as campanhas desenvolvidas e apoiadas pela Rede Proteger nos últimos anos incentivando a delação podem ter colaborado diretamente para o aumento do número de denúncias. “Nossos trabalhos são sempre focados na prevenção e incentivo de denúncias de violações dos direitos infantojuvenil. Acredito que a população está tendo mais coragem para denunciar”.

Muito mais

Na avaliação de Madruga, o relatório apresenta números de ocorrências registradas pelas polícias militares e civis em Foz do Iguaçu, mas, seguindo uma tendência nacional e sobretudo pelas características da região, com certeza há muitos outros casos subnotificados. “Precisamos fazer uma pesquisa de vitimização. De campo mesmo. Há muito mais vítimas, principalmente, envolvendo violência sexual.”

Pesquisas nacionais apontam que cerca de 70% das violências sexuais contra meninos e meninas ocorrem dentro de casa, cometidos por pais, padrastos, irmãos, primos, avôs e amigos.

Saúde e mapeamento

Ainda na pauta da Rede Proteger, a gerente do GT-Itaipu Saúde, Luciana Sartori, fez uma apresentação do trabalho desenvolvido na Tríplice Fronteira para melhorar a qualidade de vida da população. Um dos grandes ganhos registrados foi a redução da mortalidade materno-infantil e o controle da raiva animal na região.

Cristiane Pires e Rafael Palmeira, da Pró-Reitoria da Unila, apresentaram o projeto de Mapa Social. A ideia é aproximar a universidade da comunidade por meio da atuação nas instituições. As 40 entidades que formam a Rede Proteger farão parte deste mapa e passarão a receber apoio e a desenvolver trabalho em parceria com a Unila.

Fonte JIE

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