O procurador-geral de Justiça do Paraná, Gilberto Giacoia, enviou peças da investigação da Operação Publicano que envolvem pessoas com foro especial para a Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília. A Gazeta do Povo apurou que, nos documentos, aparecem os nomes do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), do deputado estadual Tiago Amaral (PSB) e do pai do parlamentar, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TC-PR) e ex-deputado estadual Durval Amaral.
O envio do material ocorreu no dia 20 de julho. Como o caso corre sob sigilo, a reportagem não conseguiu detalhes sobre o andamento do assunto na PGR, que é quem tem competência para investigar e pedir abertura de processos penais contra governadores de estado e conselheiros de tribunais de contas, junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Assim, a análise da questão acerca de eventual desmembramento da investigação caberia à Procuradoria-Geral da República. Só depois de sua análise é que se poderá então, sendo o caso de desmembramento, prosseguir esta Procuradoria-Geral de Justiça em eventual apuração desmembrada”, completou a assessoria de imprensa.No caso de Tiago Amaral, por ser deputado estadual, o foro adequado é a Procuradoria-Geral de Justiça, que atua junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Apesar disso, todo o material foi remetido à PGR. “Isso porque, em virtude de os fatos noticiados envolverem, em conexão, outras pessoas que somente podem ser processadas pelo Superior Tribunal de Justiça, a condução inicial da investigação passa a ser da Procuradoria-Geral da República”, explicou a assessoria de imprensa do Ministério Público no Estado, por meio de nota.
Na PGR, além da possibilidade de desmembramento, há dois caminhos: as peças podem ser arquivadas, caso se entenda que não há razão para abertura de uma investigação; ou podem ensejar a abertura de uma investigação no STJ. A documentação que chegou à PGR diz respeito apenas à área criminal. No âmbito cível, as peças estão sendo analisadas na própria Procuradoria-Geral de Justiça, dentro de um inquérito instaurado, com sigilo decretado.
Fatos

Durante as investigações, um dos principais delatores do esquema, o réu colaborador Luiz Antônio de Souza, disse ao Gaeco que parte da propina se destinava à campanha eleitoral de Beto Richa, nas eleições do ano passado. O PSDB nega irregularidades na campanha do tucano. Nesta quarta-feira (7), a reportagem não conseguiu contato com advogados de Beto Richa.
O nome de Tiago Amaral também foi envolvido no esquema da Receita Estadual. O advogado do parlamentar, Guilherme Gonçalves, comentou em entrevista à reportagem que soube do envio do caso à PGR, mas que não tem acesso às peças. “As contas de campanha eleitoral foram aprovadas por unanimidade pela Justiça Eleitoral”, pontuou Gonçalves.
O caso

Desde abril, o Gaeco já denunciou mais de 100 pessoas envolvidas em uma rede de propinas na Receita Estadual. Entre os réus, estão mais de 60 auditores fiscais e o empresário Luiz Abi Antoun, primo do governador e nome influente na gestão tucana.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/denuncia-da-publicano-por-propina-na-campanha-de-richa-chega-a-brasilia-7ouqlclc3tfojeg58hnbxdjxq
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