Escolha da data é uma forma de lembrar o caso Araceli Cabrera Sanches, sequestrada em 18 de maio de 1973
Descontração
e alegria foram as alternativas encontradas pela Rede de Proteção
Integral à Criança e ao Adolescente (Rede Proteger) para marcar o Dia 18
de Maio – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de
Crianças e Adolescentes em Foz do Iguaçu. Centenas de crianças e adultos
assistiram à peças teatrais, rodas de artes marciais, apresentações
musicais, brincaram e comeram pipoca na Praça da Paz no último domingo
(18).
O objetivo da
atividade, que contou com o apoio da Itaipu Binacional, foi mostrar a
importância de respeitar os direitos dos meninos e meninas, que além de
outras coisas é de brincar, estudar e se divertir. Ao mesmo tempo,
chamar a atenção para a existência de casos de violência sexual infanto
juvenil. Somente o Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC) - unidade
de saúde credenciada para atender vítimas de violência na região -,
realizou 196 procedimentos em crianças vítimas de abuso ou exploração
sexual. Dessas 70%, foram violentadas por parentes ou amigos.
Edinalva Severo,
coordenadora da Rede Proteger, destacou que embora de uma forma leve e
descontraída, o objetivo foi mobilizar a comunidade. Um modo de mostrar
que há uma rede de proteção às crianças. Há pessoas e entidades
preocupadas em coibir a violência infanto-juvenil.
“Acreditamos que
nosso trabalho está no caminho certo. Os iguaçuenses estão denunciando.
Não estão se calando diante de tamanha crueldade”. A Rede Proteger é
formada por mais de 40 entidades que atuam na defesa do direito à
infância.
Denúncias
Segundo dados do
Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República, de cada quatro denúncias recebidas, uma é do Paraná. E Foz do
Iguaçu é a terceira cidade do estado que mais denuncia. Desde que o
Governo Federal implantou o serviço, em 2003, os números de atendimentos
e denúncias recebidas aumentam a cada ano. No primeiro, recebeu 4.380
denúncias; em 2006, chegou a 13,5 mil. Em 2013, foram 26.613
telefonemas.
Além de violência
sexual, o Disque 100 recebe denúncias de maus-tratos, negligência,
pornografia, entre outros crimes. A maior parte das denúncias recebidas
pela central são contra meninas, 62%. Esse número sobe para 81% quando
as denúncias são de violência sexual.
De acordo com Maria
Emília Medeiros, da Itaipu Binacional, a empresa é parceria porque tem
como papel fortalecer as políticas públicas do governo federal. E essa
especificamente tem como base a campanha “Faça Bonito – Proteja nossas
Crianças e Adolescentes”, cujo objetivo é estimular a sociedade a ser
protagonista. Que se sinta no dever de denunciar e ajudar a coibir atos
de violência contra meninos e meninas.
Caminhada
Na sexta-feira (16)
centenas de estudantes e representantes das 40 entidades que formam a
Rede Proteger movimentaram a Avenida Brasil, principal avenida da
cidade, durante uma caminhada que se repetiu em várias cidades
brasileiras.
Dia 18 de Maio
"Esquecer é
Permitir, Lembrar é Combater" - A escolha da data é uma forma de lembrar
o caso Araceli Cabrera Sanches. No dia 18 de maio de 1973, Araceli,
então com oito anos, foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e
morta por integrantes de uma tradicional família capixaba. Muita gente
acompanhou o desenrolar do caso, poucos, entretanto, foram capazes de
denunciar. O silêncio de muitos resultou na impunidade dos criminosos.
Fonte: Notícias Paraná
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