O setor financeiro acredita que Dilma Rousseff dificilmente
perderá a chance de se reeleger, mas mesmo diante dessa situação, praticamente
consolidada, as apostas serão feitas em Aécio Neves e Eduardo Campos. A
previsão foi revelada em matéria do jornal Valor desta terça-feira (21) e
demonstra que banqueiros e gestores do setor, embora tenham óbvia preferência
pelos candidatos de oposição, não deverão colaborar com a campanha dos tucanos
e socialistas numa eleição com resultado anunciado.
A rejeição dos banqueiros à candidatura de Dilma é reflexo
das decisões tomadas pela presidente com relação ao setor, que há décadas apresenta
os maiores lucros na economia brasileira e mantém as maiores taxas de juros (spreads)do
mundo. Em 2012, Dilma iniciou uma campanha para que essas taxas tivessem uma
redução e ficassem próximas a um patamar mais civilizado, como em países onde a
relação com os tomadores finais de crédito não é a selvageria que se vê no
Brasil.
Os banqueiros também ficaram “traumatizados” quando Dilma
lançou mão dos bancos oficiais (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) –
que por sinal pertencem ao povo brasileiro, seus principais acionistas – para que
houvesse uma redução das taxas de juros. Na época falou-se em intervenção do
governo no mercado e que tal atitude “colocava em risco a credibilidade das
ações do executivo”. O setor financeiro também é o principal avalista de uma
política econômica restritiva que possa lhe dar a garantia de que seus
financiamentos nunca deixarão de ser honrados.
Como o setor acredita que a reeleição de Dilma já está
praticamente definida, tucanos e socialistas certamente ficarão à míngua no que
depender de colaborações para as campanhas de Aécio Neves e Eduardo Campos. As
doações até poderão ser feitas, mas nada que seja impactante a ponto de ajudar
numa reversão do quadro que os próprios banqueiros estão desenhando.
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