Acredito que na vida pública temos condições de defender os interesses,
as aspirações e os sonhos dos que mais precisam da proteção do Estado – uma
missão tão relevante que dá sentido à vida de quem busca uma carreira política.
Uma face sombria de participar do jogo político, no entanto, é conviver
com a truculência verbal, a calúnia, a injúria e as invenções infamantes
divulgadas sem qualquer comprovação e sem ter relação com os fatos e a
realidade.
Foi o que ocorreu com uma nota caluniosa que um site da internet divulgou
sobre minha relação com as APAES, Associação dos Pais e Amigos dos
Excepcionais.
Sou aliada histórica da entidade, tanto que a Federação das APAES redigiu
nota oficial confrontando o site e atestando minha condição de parceira de
luta. O site, infelizmente, ignorou os argumentos inquestionáveis da Federação
em minha defesa.
Para impedir que a mentira prosperasse, tive de recorrer à Justiça. Na
tarde da quarta-feira (16), o Tribunal de Justiça do Paraná me concedeu direito
de resposta, garantido constitucionalmente pelo artigo 5º, V da Constituição,
contra a nota mentirosa.
Estou feliz e aliviada, sentimentos agradáveis que não me aconteciam
desde que a informação inverídica foi divulgada, em agosto passado, provocando
uma onda de boatos e de calúnias na internet citando indevidamente o meu nome.
Não é justo que espalhem mentiras sobre ninguém. A ascensão política
exige, e deve exigir, rigidez moral dos responsáveis pela administração
pública. Isso não se discute. E aos meios de informação exige-se compromisso
com a verdade dos fatos.
A imprensa livre e a liberdade de expressão são conquistas máximas da democracia.
E prestam um serviço insubstituível quando apresentam suas críticas sem cair no
ataque pessoal, sem destilar preconceitos e sem desmerecer o trabalho político.
Tenho grande respeito por críticas feitas em ambiente de urbanidade
porque não acho que a imprensa possa ser vista como obstáculo entre a classe
política e o povo. Ao contrário. Se temos popularidade, em boa parte, é por
causa da imprensa, e não apesar dela.
*Gleisi Hoffmann é Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da
República.
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