quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MEC quer transformar institutos federais em escolas binacionais

A meta do Ministério da Educação (MEC) é desenvolver até 2014 cursos técnicos binacionais em institutos federais em 11 estados fronteiriços, entre eles, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 

As metodologias estão sendo debatidas no 2o Encontro do Projeto “Institutos Federais na Fronteira”, organizado pelo MEC, em Foz do Iguaçu. O evento aberto na terça encerra nesta quinta-feira, 20, no Hotel Carimã.

Além de diretores das instituições brasileiras, participam dos debates representantes dos Ministérios da Educação e Escolas Técnicas da Argentina, Paraguai e Uruguai.

O objetivo é oferecer educação profissional e tecnológica à população das cidades fronteiriças, como forma de promover o desenvolvimento local de maneira sustentável, contribuir para a diminuição dos problemas sociais da região e incentivar a integração do Brasil com os demais países da América do Sul. “Esse encontro visa conhecer os projetos pedagógicos dos institutos dos países vizinhos, definir as metodologias e construir um modelo semelhante de cursos técnicos”, disse Rodrigo Torres, coordenador do projeto pelo (MEC).

Piloto

O diretor do Iguaçu do Instituto Federal do Paraná (IFPR), em Foz do Iguaçu, Luiz Carlos Eckstein, disse que o campus é um exemplo positivo do projeto. “Ainda não temos turmas destinadas a alunos estrangeiros, mas temos jovens paraguaios estudando no instituto”, explicou.

O paraguaio Pablo Gabriel Benitez é um deles. Atravessa todos os dias a Ponte da Amizade para estudar Aquicultura no IFPR de Foz. “No Paraguai não tem esse curso. No IFPR vi a possibilidade de uma nova profissão. O idioma, tampouco, as diferenças culturais foram empecilhos. Estou muito satisfeito”, contou.

O projeto piloto oficial do MEC foi desenvolvido no Instituto Federal do Sul, em Livramento, no Rio Grande do Sul e, na Universidad del Trabajo del Uruguay (UTU). O uruguaio Márcio Paz, cursa Informática em Livramento. “No início não foi fácil, mas alguns problemas como o idioma, por exemplo, foram solucionados bem antes do previsto. Hoje, falo o português fluentemente”, relatou.

Já a gaúcha Juliane Rosa, estuda no Uruguai. O incentivo para fazer um curso binacional foi justamente o aspecto do novo. Sem contar a possibilidade de conhecer e apreciar uma outra cultura. “Sabia falar um pouco de espanhol, mas como todo começo, tivemos algumas dificuldades com o idioma”, disse. Durante as conversas era tudo bem. Ficava mais complicado no momento em que o professor começava a ditar. “Ele falava duas ou três palavras e dizia ‘coma’, depois, mais quatro e ‘coma’. Não entendíamos nada até que resolvemos perguntar o que era ‘coma’. A palavra em espanhol significa vírgula”, contou Juliane.

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