* Por Ivo Pugnaloni
Faltam poucos dias para o segundo turno em 31 de outubro. Não há tempo a perder.
Cada um de nós, que apoiamos Lula, deve fazer sua parte. Os resultados do primeiro turno mostram o caminho. Esse texto está focado nos votos nulos, brancos e abstenções. E sobre as formas de mostrar às pessoas como serem agentes ativos da grande mudança que o governo Lula representa.
Tivemos 18% de abstenções. Contando com 5,5% de votos nulos e 3,3 % de votos em branco temos no total, que 27% dos votos não foram dados a ninguém.
É preciso entender esses resultados e explicá-los às pessoas, para que cada um ajude como puder.
É fato que quase um em cada três eleitores brasileiros deixou de votar num presidente no primeiro turno, embora potencialmente, sejam eleitores de Dilma.
Na sua maioria são pessoas que não votaram porque moram num lugar, mas ainda não transferiram seu título de eleitor da cidade de onde vieram. E que por razões de trabalho e de falta de dinheiro, não puderam ir votar. É preciso convencê-las a ir votar.
Há também os maiores de 65 anos, que tem o direito de votar, mas não estão mais obrigados a votar. Muitos acham que isso é uma grande vantagem e deixam de votar sem razão melhor do que essa, embora reconheçam que Lula foi o melhor presidente para os aposentados e os mais pobres. É preciso convencê-las da importância de seu voto, não só pelo futuro dos mais novos, como dos mais velhos e mais pobres que eles.
Além disso, cada um de nós conhece pessoas que alegam votar nulo ou branco para expressar seu descontentamento com o processo político. É preciso convencê-las que protestar contra o que está aí há quinhentos anos é apoiar Dilma e Lula, que representam a única mudança concreta de vida do povo que ocorreu nesse tempo.
Conhecemos também pessoas que por sua idade ou por outra razão qualquer, tem muita dificuldade com máquinas eletrônicas como caixas automáticas de banco e urnas. E quase sempre se atrapalham, anulando o voto sem querer.É preciso ajudar essas pessoas a entender o processo e a fazerem suas “colinhas”.
Cada um conhece também muitos eleitores com menos de 18 anos, que se inscreveram para votar mas que, no dia 3 de outubro, tinham uma viagem, uma festa, ou algo mais gostoso para fazer do que comparecer para votar.É preciso convencer esses jovens a adiar o passeio ou a festa só um pouquinho, para exercerem a cidadania que já adquiriram.
Há também os que votaram em Marina e em Serra equivocados, mas de boa fé, iludidos pela mídia mídia comprada pela oposição.
Embora esses também sejam importantes, o nosso “alvo” nesse artigo são os votos brancos, nulos e as abstenções, com muito potencial de serem votos para a Dilma, mas que faltaram chegar às urnas.
Os argumentos para cumprirmos nossa tarefa
Num segundo turno, as escolhas do eleitor diminuem. Ou ele escolhe que o Brasil continue no rumo que Lula deu ao país ou escolhe mudar de rumo.
Não comparecer, votar nulo ou votar em branco será a mesma coisa que votar em Serra e por conseqüência, votar na volta do tempo de Fernando Henrique Cardoso.
Não comparecer, votar nulo ou branco será pedir para que os salários sejam novamente congelados, alguns por nove anos, sem aumento, como aconteceu com o dos funcionários públicos entre 1994 e 2002.
Não comparecer, votar nulo ou branco será o mesmo que pedir para que acabar com programas como o PROUNI, que colocou nas universidades mais de 700 mil jovens de famílias mais carentes, além de acabar com dezenas de outros programas de inclusão social como o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa-Família, o Luz para Todos, os programas de saneamento, de esportes de urbanização de favelas...
Não comparecer, anular o voto ou votar em branco será votar contra uma nova forma de relacionamento entre o Governo e o Povo, que foi inaugurada pelo presidente Lula.
Uma forma de governar com um pensamento fraterno, que supera e vence os sentimentos egoístas que cada um, no fundo de nós, carrega dentro de si, mesmo não admitindo isso.
As idéias egoístas e as idéias fraternas.
Dentro de cada um de nós existe um tipo de luta entre os pensamentos egoístas e os pensamentos fraternos. Devemos estar preparados para influir nessa luta com nossos conhecidos.
Pensarmos de forma egoísta é muito fácil.
É pensarmos só em nós mesmos, ou no máximo, em nossa família.
Pensar de forma fraterna é mais difícil, pois é pensar naqueles que não são de nossa família, de nossa cor de pele, de nossa raça, de nossa classe social.
Pensar de forma egoísta é seguir as mensagens subliminares que estão em quase todos os veículos de informação e de diversão.
Estes veículos, por serem voltados para a máxima audiência e o lucro, propagam muito mais as notícias sobre catástrofes, desgraças e guerras do que a sobre paz. Os jornais noticiam muito mais os casos de crimes e de violências do que os milhões de casos em que as pessoas e as famílias estão vivendo melhor, ou os casos nos quais a assistência e a caridade, pública ou privada, remediam diariamente aos enfermos e aos necessitados.
Esse martelar diário da imprensa sobre desgraças, corrupção e crimes, aumenta o medo da sociedade com relação os mais pobres, aos mal vestidos, aos diferentes e acentua em todos nós o pensamento egoísta, uma forma de salvarmos pelo menos aqueles que são mais próximos de nós, “já que o mundo está perdido mesmo”.
É esse pensamento egoísta, disseminado pela imprensa sensacionalista, que leva muita gente a achar que os beneficiários dos programas de Lula são vagabundos, oportunistas, gente sem direito à cidadania por serem preguiçosos e que são pobres e miseráveis porque não querem estudar nem trabalhar.
Esse argumento é parte central do “discurso anti-Lula”.
A quem pensa assim, em resumo, devemos dizer que pensar de forma fraterna é pensar aquilo que nossos pais nos ensinaram, que nosso padre, nosso pastor, nosso professor ou nosso guia espiritual, nos ensinaram. E que foi repartir mesmo o pouco que tivéssemos com nossos irmãos e com os mais pobres, a pensar naquele que são órfãos, nos doentes, nos mais velhos e nos necessitados.
Temos que lembrar que é isso que Lula e Dilma continuarão fazendo, criando novas obras, novos empregos, se eles nos ajudarem nesse segundo turno das eleições, com seu apoio e com seu voto.
Como podemos fazer a luta de idéias?
Com muito jeito e em qualquer lugar. A eleição é hoje um assunto tão importante como o frio, o calor, a chuva ou a secura que está fazendo em cada canto de nosso enorme país. Experimente puxar o assunto com aquele desconhecido (ou desconhecida) que você vê todos os dias no ônibus e no metrô...
Podemos dialogar com as pessoas sobre o segundo turno no trabalho, no caminho para o trabalho, em casa, na sala de aula, na casa dos amigos, em qualquer lugar. Até mesmo na internet.
Mas cuidado com só ficarmos no teclado. É preciso nos concentrar em falar com pessoas de carne e osso, que nos
conhecem, nos respeitam, mas que apenas estão equivocadas.
Não devemos perder tempo na internet com militantes do egoísmo e do racismo, que infestam os blogs e sites e salas de chat, muitas vezes pagos e bem pagos por nossos adversários da oposição raivosa ao Lula.
É preciso termos muito cuidado para não sermos agressivos ou inconvenientes com as pessoas, pois esses temas políticos desgostam algumas delas que ficam irritadas quando contrariadas quando se fala nisso.
Mas se colocarmos as coisas da forma adequada, aceitando as queixas e os argumentos delas, colocando de um lado os pensamentos egoístas e de outro os pensamentos fraternos, nós teremos boas chances de sermos entendidos.
Boa Sorte em seu trabalho! E tenha a certeza de estar fazendo algo muito grande e muito bom pelo seu futuro, dos seus filhos e dos seus netos, ao querer influir nessas eleições, pelo bem e o progresso desse grande e generoso povo brasileiro!
* Empresário e um dos fundadores do PT
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