Além de espaços de competição, as obras também são projetos de mobilidade, acessibilidade, urbanização e saneamento
A integração entre as diferentes partes da cidade é a grande aposta da Rio 2016 para o futuro do Rio de Janeiro. As obras motivadas pelos Jogos Olímpicos vão além de espaços para as competições, que vão ocorrer em agosto, mas são também projetos de mobilidade, acessibilidade, urbanização e saneamento, dando novos ares a bairros e ruas que já sofriam com os efeitos do tempo.
Alguns empreendimentos, como o Parque Olímpico, serão abertos à população após o evento: o o público terá acesso ao boulevard e à área de lazer; a Arena do Futuro será transformada em quatro escolas municipais; o Estádio Aquático se transformará em dois ginásios que serão instalados em áreas onde não há opção para práticas de esporte. Em outra região da cidade, o complexo esportivo de Deodoro, que sediará 11 modalidades, vai virar o segundo maior parque do Rio após a competição, para uso dos cidadãos e turistas.
O secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto da Silva, estima que o investimento total da prefeitura na estrutura da cidade ultrapassa R$ 30 bilhões. “A Olimpíada, na verdade, é aquela oportunidade que a cidade tem que se aproveitar – não a Olimpíada se aproveitar da cidade. Estamos aproveitando o momento para fazer um resgate da nossa cidade, melhorar a qualificação da infraestrutura e da urbanização”, explica.
De acordo com Silva, as obras aconteceram em diversos pontos da cidade, não somente em áreas tradicionalmente turísticas. Por meio do projeto Bairro Maravilha, que revitaliza vias com infraestrutura degradada, mais de 32 ruas do Engenho de Dentro, onde fica o Estádio Olímpico João Havelange, foram beneficiadas.
“Com esse projeto, a gente consegue resgatar essa infraestrutura novamente, refazendo drenagem de águas pluviais, refazendo redes de esgotamento, implantando novas redes de água potável junto à Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), fazendo calçadas, passeios com acessibilidade previstos em normas, iluminação pública, paisagismo e pavimentação”, esclarece.
No entorno do estádio também está a Praça do Trem, área de cerca de 35 mil m² que passou por reparos em galpões históricos tombados, no paisagismo e na iluminação. Agora, tornou-se mais um espaço para a cultura e o lazer dos cariocas. A praça ganhou ainda uma Nave do Conhecimento, espaços digitais que oferecem acesso gratuito à internet e tecnologia e estão presentes em outros oito locais da cidade.
Mobilidade
Para o secretário-executivo de coordenação de governo, Rafael Picciani, o maior legado dos Jogos é a estrutura de transportes. Até 2009, menos de 18% dos habitantes da cidade eram atendidos por transporte de massa. No próximo ano, 63% poderão utilizar a rede de alta capacidade, uma combinação entre corredores exclusivos de ônibus articulados (BRT), Veículos Leves sobre Trilhos (VLT Carioca), barcas, trens e metrô.
No total, serão 155km de vias para BRT construídas em toda a cidade. Entre as obras, estão os corredores BRT Transoeste, que vai da Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande; o BRT Transcarioca, que passa por 27 bairros da cidade; o BRT Transolímpica, que liga o Recreio dos Bandeirantes a Deodoro e vai ser utilizado, diariamente, por 70 mil pessoas; e o BRT Transbrasil, que irá conectar o Centro a Deodoro.
VLT
Inaugurado no início do mês, o VLT é uma espécie de bonde moderno que se conecta a ônibus, barcas, trens, metrôs, Teleférico da Providência e também ao Aeroporto Santos Dumont. “Coroamos um pouco essa rede de mobilidade urbana com a entrega do VLT, que apesar de ser um trecho dentro da área central, vai ser o trecho mais integrador do nosso sistema”, afirma Picciani. Futuramente, irá se conectar ao BRT e atender 300 mil passageiros por dia. “É uma grande inovação tecnológica, pouco conhecida nas outras cidades brasileiras, mas já é um sucesso”, comemora.
A facilidade no deslocamento e a descentralização de áreas de esporte e lazer já provocam um contrafluxo na cidade, o que diversifica as opções da população, observa Picciani. “Antes, o jovem do subúrbio precisava necessariamente, para desfrutar de equipamentos de qualidade, vir pra a área mais nobre. E de repente você vê o inverso. “Esse é um grande legado também”, destaca.
Fonte: Portal Brasil, com informações da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Brasil 2016
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