quarta-feira, 16 de março de 2016

Maior legado de Itaipu será a educação e o desenvolvimento territorial, avalia Pepe Mujica


Poucos são os que passam pela Itaipu sem destacar a grandiosidade do cenário do concreto, aço e água proporcionado pela usina. Para o senador e ex-presidente uruguaio, José “Pepe” Mujica, que cumpre agenda na Itaipu e região nesta terça (15) e quarta-feira (16), ainda que seja encantadora, a paisagem impressiona, mas é secundária diante do legado educacional que Itaipu deixará às gerações futuras. “Esta é uma espécie de universidade ligada à energia”, disse Mujica, que esteve pela segunda vez na usina, a primeira delas pelo lado brasileiro.



Para ele, a binacional – por meio da própria usina e das universidades instaladas em sua área – contribui para a formação contínua de técnicos, em habilidades diversas e que disseminam o conhecimento. “Por aqui passam jovens engenheiros que podem ir a outros lugares levando a experiência tão importante adquirida neste local”, afirmou.

Somado à educação, o turismo completa o papel propulsor de Itaipu ao desenvolvimento da região fronteiriça, de beleza natural ímpar, segundo o senador. “Toda a zona missioneira tem uma exuberância vegetal estonteante e a forma como a natureza se comunica por ela é impressionante”, afirma.


Itaipu, embora construída pelo homem, também tem seu papel neste processo, ao lado de atrativos como as Cataratas do Iguaçu. “A usina se transformou em uma fonte de turismo. E, conforme as pessoas vão se agrupando, os benefícios bilaterais aparecem. Tem mais gente trabalhando nos hotéis, outros produzindo verduras [para estes estabelecimentos]. Trata-se de uma fonte de trabalho muito importante”.

O ex-presidente, que governou o país vizinho de 2010 a 2015, foi um incentivador da interligação energética do Uruguai e Brasil. Durante seu governo, inaugurou o Complexo Eólico Campos Neutrais, o maior da América Latina, em parceria com o Brasil.

Incentivador das energias renováveis, Mujica tem uma visão holística da natureza e prevê que a humanidade vai dispor de recursos para aproveitar toda a energia do sol em pouco mais de um século.

“Itaipu produz hoje energia em quantidade fabulosa, a um custo razoável ao Brasil e Paraguai, e quando terminar de amortizar a obra [em 2023] haverá ainda mais recursos aos seus países. Será um passo muito importante para Itaipu”, analisa.

“Em 150 anos, Itaipu será um museu”, prediz. Quando isso ocorrer, a humanidade já terá descoberto outras fontes de energia, antevê Mujica. Para ele, é muito provável que, até lá, o homem consiga sintetizar a fotossíntese. “Acredito que fonte de energia principal será o sol e o homem encontrará o segredo da fotossíntese e poderá fazer uso dela.”

Fonte: Assessoria Itaipu

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