quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

PAC atendeu ‘uma Inglaterra’ com saneamento básico em oito anos

Conclusão de 1.058 obras levou água e esgoto para 50 milhões de brasileiros entre 2007 e 2015; investimento previsto pela União é de R$ 104,26 bilhões


Resultado de imagem para saneamento básico no brasilOs repasses do governo federal para obras de saneamento básico, que inclui empreendimentos para ampliar a oferta de água potável e o tratamento de esgoto, somaram mais de R$ 104,2 bilhões entre 2007 e 2015. O montante reflete o compromisso assumido para o financiamento de 2.914 obras pela União ou órgão subordinados, como a Caixa Econômica Federal, em parceria com estados e municípios. Dessas obras, 1.058 foram concluídas após o desembolso de quase R$ 64,3 bilhões por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1 e 2). “Só em 2015 foram concluídas 261 obras, provocando um desembolso de R$ 4 bilhões”, afirma o secretário Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Paulo Ferreira.
Segundo ele, as obras já realizadas atenderam cerca de 50 milhões de brasileiros com água e esgoto. Isso equivale a quase toda a população da Inglaterra, onde vivem 53,9 milhões de pessoas, de acordo com o órgão de estatística do país europeu. “As obras concluídas significam que o País abasteceu uma Inglaterra entre 2007 e 2015”, afirma. “Mas quanto tempo a Inglaterra levou para atender esse número de pessoas?”, questiona.
Resultado de imagem para saneamento básico no brasilA oferta de água e esgoto tratados é um dos gargalos históricos de desenvolvimento do País. O “Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos” , publicado em 2014 pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNI), indicou que o abastecimento de água tratada no Brasil atingia 82,5% da população em 2013 e apenas 48,6% tinham acesso à coleta de esgoto.
Por isso, a União elaborou o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). O plano completou dois anos em janeiro, tendo como principal objetivo universalizar o acesso à água portável e o tratamento de água até 2033.
O plano é uma extensão de ações desenvolvidas no âmbito do PAC e foi criado pela lei 11.445, de 2007. De lá para cá, governo federal intensificou os investimentos. Entre 2003 e 2006, a média de desembolso federal em saneamento foi de R$ 1,57 bilhão ao ano.
Esse aporte anual passou para R$ 7,14 bilhões entre 2007 e 2015, período compreendido pelo PAC 1 e 2. Em 2014, por exemplo, a União se comprometeu em financiar R$ 17,6 bilhões e desembolsou quase R$ 11,4 bilhões. “Só em 2015, que foi um ano complicado e de ajuste econômico, nós contratamos 83 operações. Esses contratos perfazem R$ 5,8 bilhões. Isso mostra que, apesar das dificuldades, nós estamos buscando implementar as metas do Plansab”, observa o secretário.
O compromisso de ofertar água portável e esgoto tratado foi reforçado pelo Brasil no ano passado, quando o País assumiu o saneamento como um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), elaborados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para serem cumpridos até 2030.
Resultado de imagem para saneamento básico no brasilO secretário avalia que a meta de universalização na oferta de água de qualidade será atendida antes, por volta de 2023. Para isso, o governo federal firmou 803 contratos com obras de abastecimento em todo País.
Já a universalização da coleta e tratamento de esgoto doméstico precisará de todo o prazo previsto no Plansab, ou seja, 2033. Isto porque, o desafio de Cidades é ajudar as prefeituras e os governos estaduais a elaborar projetos para receber investimentos federais. 
"São metas ousadas num País como o nosso, com dimensões muito grandes e onde o poder concedente (do serviço de saneamento) é o município. Estamos tentando uniformizar e ajudar todo mundo a buscar as metas do Plansab”, afirma Ferreira.
Projetos
A interlocução do Ministério das Cidades com as prefeituras e as companhias de saneamento dos estados será reforçada para estimular parcerias na elaboração de projetos entre as empresas e os municípios com dificuldade técnica.
Como o ministério não apoia empreendimentos sem, por exemplo, a interligação entre a rede de coleta de esgoto e unidades de tratamento, o objetivo é fazer as empresas ajudarem as cidades independente de estarem fora das suas área de cobertura de concessão do serviço de saneamento. “Em alguns lugares isso está acontecendo, mas ainda é muito incipiente”, observa o secretário.
Os empenhos financeiros assumidos pelo Ministério das Cidades já englobam 515 contratos para realização de projetos e a tendência é esse número aumentar. Foi o que levou o prazo de entrega das propostas para financiamento via Plansab ser estendido até 2017, dois anos mais do previsto inicialmente.
O secretário afirma que somente o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) tem R$ 7,5 bilhões disponíveis para esses projetos alinhados com as regras do Plansab. “O município que preparar (os projetos) vai chegar aqui com a lição de casa e estará na frente (para obter financiamento)”, indica Ferreira.
Outros R$ 8 bilhões estão prontos para serem disponibilizados pelo Ministério das Cidades em 2016. Esse valor é o total estimado para 141 contratos em condições de serem firmados entre a União, estados e municípios.

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