sexta-feira, 6 de março de 2015

No Facebook: Paulo Bernardo fala de matérias sobre seu "desaparecimento"

Confira a postagem de Paulo Bernardo, ex-Ministro das Comunicações em sua página pessoal no Facebook.



Li nos jornais, ainda em dezembro de 2014, que fui arrolado como testemunha de defesa pelo advogado de Ricardo Pessoa, dono da UTC. Eu ainda era ministro das Comunicações, morando em Brasília com Gleisi, num apartamento funcional, onde ainda estamos.

Na semana passada ouvi dizer, literalmente falando, que o depoimento estava marcado para esta semana em Curitiba. Não tendo recebido qualquer comunicação da Justiça ou mesmo do advogado que solicitou meu depoimento, resolvi aguardar, acreditando que as formalidades normais num processo como esse seriam cumpridas, ou seja, que eu seria intimado a comparecer, com a informação de data e local.

 Aqui, abro parênteses para informar que Gleisi e eu temos um apartamento em Curitiba, para onde mudamos no início de 2014. Ali recebemos todas as correspondências e contas a pagar. Mas permanecemos a maior parte do tempo em Brasilia, onde trabalhei até dezembro e ela trabalha, no Senado. Nossas crianças estudam em Brasilia e nosso endereço é de fácil localização, pois como disse, moramos em apartamento funcional.

Continuando: nesta semana, jornalistas começaram a me procurar no gabinete da Gleisi para confirmar o meu depoimento. A assessoria da senadora não sabia informar, mas uma repórter da Folha de São Paulo pediu a Gleisi o número do meu celular e me ligou, na terça-feira, dia 3 de março. Citou fontes anônimas que teriam dito que eu iria depor em Curitiba. Informei à jornalista que não tinha sido intimado, que não tinha qualquer informação além de algumas notas na mídia e que continuava aguardando uma notificação ou convocação. Ela informou que tinha ligado a pedido da redação da Folha de São Paulo e que iria repassar a informação a quem solicitara.

Um jornalista da Gazeta do Povo ligou para o gabinete da Gleisi perguntando se realmente eu tinha "deixado o País". Diante da surpresa da assessora e da informação de que estou em Brasília, informou que não faria aquela matéria. Entretanto, a Gazeta deu grande espaço às declarações do advogado do dono da UTC de que eu poderia estar morando em Ribeirão Preto-SP.

Na mesma terça-feira, liguei para o advogado Juliano Breda, solicitando que me orientasse sobre como proceder e ele se prontificou a ligar para a Vara da Justiça informando meu endereço. Concordei e logo depois ele me retornou informando que tinha ligado e que os servidores responderam que anotariam no processo que houve uma ligação para informar o endereço e na sequência mandariam a intimação para o meu endereço.

Hoje, a Folha de S.Paulo publica matéria com este teor na versão impressa onde me trata com DESAPARECIDO, sem que tenham me ligado novamente para verificar. Vários outros veículos deram matérias com conteúdo parecido. O Estadão informa os nomes das pessoas arroladas como testemunha e informa que o meu "advogado e amigo" havia fornecido meu endereço para as providências cabíveis. O Globo deu matéria online com as mesmas informações, provavelmente obtidas na Justiça. No caso da Folha, devem ter achado a história que contei à sua repórter muito sem-graça e resolveram "melhora-la" dizendo que estou desaparecido.

Clique e leia a matéria publicada pela Folha

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