A equipe do Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA) da Itaipu visitou, nesta terça-feira (24), a sede do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de crimes (Nucria), na Vila A.
Sede do Nucria, cedida pela Itaipu.
Esta visita, assim como as realizadas na Delegacia da Mulher e na Delegacia do Adolescente (DEA), nas últimas semanas, faz parte de uma ação da Assistência da Diretoria Geral (AS.GB) de aproximar um pouco mais a Itaipu das entidades parceiras.
Maria Emília Medeiros de Souza, Márcio Bortolini e Ligia Neves foram recebidos pela delegada Mônica Ferracioli. “Queremos conhecer a realidade atual das instituições, fortalecer as parcerias e avaliar a possibilidade de desenvolver ações conjuntas”, destacou Lígia.
Itaipu foi parceira do Governo do Estado e da Prefeitura na criação do Nucria em Foz do Iguaçu, em 2003. O espaço onde funciona o Núcleo, que tem como objetivo apoiar ações de combate à exploração sexual, aos maus tratos e aos abusos sexuais praticados contra crianças e adolescentes, bem como cuidar das vítimas, foi cedido pela Itaipu através de um contrato de comodato.
Colegas da Itaipu foram recebidos pela delegada (à esquerda).
Realidade
Atualmente, o principal problema enfrentado pelo Nucria é a falta de psicólogo e assistente social. Há pelo menos cinco anos, esses profissionais, considerados essenciais para o desenvolvimento do trabalho, estão em falta. “As crianças chegam aqui assustadas. Não temos profissional especializado para colher os depoimentos, tampouco para posterior acompanhamento psicológico”, afirmou Mônica Ferracioli.
O ideal seria contar com uma sala de depoimento especial, conforme prevê a Resolução nº 33/2010 do Conselho Nacional de Justiça. Nestas salas, as crianças contam de forma lúdica como ocorreu a agressão. Todo o depoimento é gravado e anexado ao processo, evitando a revitimização dos meninos e meninas. “Hoje, as crianças precisam contar a história várias vezes. Além do trauma, dificulta, pois podem esquecer detalhes”, completou a delegada.
Números
Segundo a delegada, somente em 2015, já foram instaurados 80 inquéritos para investigar casos de exploração sexual, abusos, agressões e estupros cometidos contra meninos e meninas. Durante todo o ano passado, foram 180 casos.
Para a delegada, proporcionalmente o número de boletins de ocorrências dobrou em relação a 2014. Mas, assim como disse a delegada Rita de Cássia Camargos Lira, durante visita da comitiva da Itaipu à Delegacia da Mulher, em 11 de março, esses dados não estão somente ligados ao aumento da violência, mas também ao acesso à informação. “Temos realizado várias campanhas de conscientização com a comunidade, sobretudo, nas escolas”, disse Mônica.
Caia e Sagrada Família
A equipe da Itaipu visitou também o Centro de Atenção Integral ao Adolescente (Caia), que oferece capacitação profissional para 650 crianças no bairro Porto Meira, e a Comunidade Sagrada Família, cujo foco é atender dependentes de álcool e drogas.
De acordo com Maria Emília, a Comunidade Sagrada Família precisa de cursos de capacitação profissional. “Como as pessoas ficam internadas durante todo o período de recuperação, o ideal seria a criação de cursos dentro da unidade”, avaliou.
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