terça-feira, 28 de maio de 2013

Ministra propõe a criação de um comitê internacional para proteger crianças na fronteira

As cores de centenas de balões levaram aos céus de Foz do Iguaçu uma mensagem de fortalecimento das famílias e proteção e cuidado a crianças e adolescentes. A revoada aconteceu nesta terça-feira (28), durante a 1ª Conferência Internacional pelo Direito à Convivência Familiar e Comunitária, organizada pelas Aldeias Infantis SOS Brasil, Paraguai e Argentina e pela Rede Proteger, com o apoio da Itaipu. O encontro aconteceu no Recanto Park Hotel, em Foz do Iguaçu.

 Nas cores dos balões, a mensagem pedindo melhores condições de vida às crianças.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes, participou do evento ao lado de autoridades federais, estaduais e municipais, tanto do Brasil como da Argentina e do Paraguai. O foco do encontro foi discutir e viabilizar estratégias e ações de fortalecimento familiar e comunitário para atender as crianças da região.

Autoridades do Brasil, Paraguai e Argentina fizeram parte da mesa de debates do encontro.

A proposta da ministra foi a criação de um comitê de acolhimento e proteção dos direitos das crianças e adolescentes na região da fronteira, unindo num mesmo espaço os três países para a troca de experiências e conhecimentos. “Isso pode até ser ampliado para outros pontos. O importante é nos unirmos e buscarmos ações concretas para garantir a todos os jovens uma família, estudo, saúde, paz e dignidade”, afirmou.

"Temos que valorizar a experiência e buscar novas soluções", disse a ministra.

Para a representante da Itaipu na Conferência, Criviam de Paiva Siqueira, a proposta é ideal e terá todo o apoio do Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente da Itaipu (PPCA). “Temos que mostrar que o cuidado com os jovens não pode ser interrompido. Assim como os balões lançados hoje, temos que propor ações que se espalhem, apesar das fronteiras”, disse Criviam.
Pipas

Enquanto dentro do salão os adultos discutiam ações e políticas, do lado de fora as crianças das sete casas da Aldeia Infantil SOS Foz do Iguaçu exerciam seu protagonismo por meio da arte. Para lançar o projeto “Pipas do Iguaçu”, elas criaram dezenas de pipas coloridas, que seriam lançadas. Porém, com a ameaça de chuva, as pipas foram substituídas por balões – o que não diminuiu a empolgação.

O projeto “Pipas do Iguaçu” vai priorizar atividades socioeducativas e o acompanhamento sistemático junto às famílias de origem, com visitas domiciliares, encaminhamento para a rede socioassistencial e a elaboração de um plano de desenvolvimento familiar. Um local chamado de Casa de Oportunidades oferecerá espaço para outras iniciativas e organizações locais.

Triste cenário

Durante o evento, os gestores das Aldeias Infantis SOS Brasil, Paraguai e Argentina apresentaram os cenários da infância e da adolescência em seus países. O que se viu foram números preocupantes – ainda mais quando pensamos que se trata do futuro dos nossos países. No Paraguai, 43% das crianças vivem em situação de pobreza; na Argentina, 24 mil jovens de 14 a 18 anos são responsáveis pelo sustento de suas famílias; e no Brasil, a cada hora são denunciados cinco casos de violência contra crianças.

Maria do Rosário soltou balões coloridos com as crianças.

“A família é o melhor acolhimento. A comunidade tem que zelar e observar suas crianças”, comentou Sandra Greco, gestora nacional da Aldeias Infantis SOS Brasil. “Daqui a um ano, queremos estar aqui reunidos novamente para comemorar os avanços que conquistaremos a partir de agora”.

À tarde, os participantes da conferência visitaram uma exposição de práticas inovadoras e se reuniram em mesas temáticas. Ao final do encontro, foi formalizado o compromisso com os jovens da tríplice fronteira, num documento assinado por todos os presentes.

Fonte: JIE

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