terça-feira, 7 de maio de 2013

Clara Charf abre o Encontro Nacional sobre Tráfico de Mulheres em Foz do Iguaçu, nesta quarta-feira (8)


Mulher de Carlos Marighella e presidente da Associação Mulheres pela Paz (AMP) abrirá o Encontro Nacional “Mulheres e Homens Trabalhando pela Paz e Contra o Tráfico de Mulheres”, nesta quarta-feira (8), às 19h, no Hotel Bella Itália.

Aos 87 anos, a feminista Clara Charf virá a Foz do Iguaçu para falar de sua militância política, luta iniciada por ela há mais de 40 anos, antes mesmo do assassinato pela ditadura militar de seu companheiro Carlos Marighella, fundador e líder da Ação Libertadora Nacional (ALN).

Atual presidente da Associação Mulheres pela Paz (AMP), ela abrirá o Encontro Nacional “Mulheres e Homens Trabalhando pela Paz e Contra o Tráfico de Mulheres”, nesta quarta-feira (8), às 19h, no Hotel Bella Itália. O evento é aberto ao público.

O encontro é organizado pela AMP, com o apoio da Itaipu Binacional. A programação com oficinas será na quinta e sexta-feira (9 e 10), no mesmo local da abertura.

Comunista histórica no País, a pernambucana Clara Charf falará sobre Direitos Humanos e o papel da mulher. Militante política desde 1945, ela é a voz principal da AMP, organização sem fins lucrativos em prol da igualdade de gênero. A comunista também foi uma das responsáveis pela defesa de um coletivo de mulheres ao Prêmio Nobel da Paz, em 2005.

Em 2008, ela esteve em Itaipu, onde inaugurou o Espaço da Paz no Ecomuseu e plantou uma muda de pitanga no local.


O encontro

 Na novela Salve Jorge, o tráfico de mulheres é o ponto central da trama. Imagem: reprodução da TV Globo.

A ideia é promover oficinas entre representantes de entidades ligadas à luta pelo direito das mulheres e representantes do poder público para debater políticas públicas de prevenção e enfrentamento ao problema. E combater o tráfico de mulheres que ocorre também de outros países para o Brasil.
Segundo Criviam Paiva de Siqueira, da Assistência da Diretoria Geral Brasileira da Itaipu e integrante do Conselho Municipal da Mulher, os organizadores do encontro querem aproveitar o sucesso da novela Salve Jorge, da Rede Globo, que explora o assunto, para manter o tema em evidência.

“Esse é um trabalho de conscientização. Precisamos divulgar este crime e saber como combatê-lo”, disse. “A divulgação do Disque-Denúncia 180 é uma arma importante nesse trabalho”, completou.
Foz do Iguaçu será a segunda cidade do País a sediar o encontro da Associação de Mulheres pela Paz. O primeiro ocorreu em Florianópolis (SC). Depois de Foz do Iguaçu, a oficina seguirá para outros estados brasileiros. O foco são os locais com mais incidência de casos.

De acordo com a Polícia Federal, existem 241 rotas de tráfico no Brasil; 131 delas internacionais. A fronteira do Brasil com o Paraguai está na lista. A maior parte das mulheres traficadas são meninas pobres e de baixa escolaridade, entre 17 e 25 anos. 

Não existem estatísticas exatas, mas segundo a Organização Mundial do Trabalho (OIT), o tráfico humano é considerado a terceira modalidade criminosa mais lucrativa do mundo, ultrapassada apenas pelo tráfico de armas e de drogas. O lucro anual chega a 31,6 bilhões de dólares.

Ações

O governo brasileiro vem trabalhando na defesa do direito das mulheres, com a implantação da Lei Maria da Penha, considerada exemplo para outros países, e com a criação da Coordenação Bipartite da Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, mas ainda há muito a ser feito nesse campo.

De acordo com dados do Ministério da Justiça, em seis anos a Polícia Federal instaurou 157 inquéritos e indiciou 381 aliciadores.

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