Encontro no Centro Executivo, na segunda-feira (22), definiu os detalhes da programação da oficina.
O tráfico de mulheres é um crime de mão dupla; ocorre do Brasil para o exterior, mas também de fora para o interior do País. Depois de Florianópolis (SC), Foz do Iguaçu será a segunda cidade brasileira a sediar um encontro sobre o tema promovido pela Associação de Mulheres pela Paz. A discussão está marcada para os dias 8, 9 e 10 de maio, no Hotel Bella Itália.
A oficina “Mulheres e Homens
Trabalhando pela Paz e Contra o Tráfico de Mulheres” vai reunir
representantes de entidades ligadas à luta pelo direito das mulheres,
como também da Polícia Federal, para debater políticas públicas de
prevenção e enfrentamento ao problema. O encontro tem o apoio da Itaipu
Binacional.
Um dos objetivos é mobilizar a sociedade contra esse tipo de crime, que movimenta milhões de dólares. Não existem estatísticas confiáveis, mas o tráfico de mulheres aparece entre os primeiros do ranking do crime organizado como um dos mais rentáveis, ao lado de contrabando de armas e drogas.
Um dos objetivos é mobilizar a sociedade contra esse tipo de crime, que movimenta milhões de dólares. Não existem estatísticas confiáveis, mas o tráfico de mulheres aparece entre os primeiros do ranking do crime organizado como um dos mais rentáveis, ao lado de contrabando de armas e drogas.
De acordo com a Polícia Federal,
existem 241 rotas de tráfico no Brasil; 131 delas internacionais. A
fronteira do Brasil com o Paraguai é uma delas. A maior parte das
mulheres traficadas são meninas pobres, entre 17 e 25 anos. Muitas delas
são atraídas por promessas falsas de emprego no exterior como modelos
ou empregadas domésticas.
As palestras seguem por todo o
Brasil. O cronograma inclui São Paulo, Rio Branco, Oiapoque, Natal e
Cuiabá. A Associação de Mulheres pela Paz quer aproveitar o sucesso da
novela Salve Jorge, que explora o assunto, para manter o tema em
evidência.
Os detalhes da programação em Foz do
Iguaçu foram definidos na última segunda-feira (22), em uma reunião no
Centro Executivo, com a participação de representantes de várias
entidades. Entre elas, a Itaipu, o Movimento de Mulheres, a Universidade
Federal de Integração Latino-Americana (Unila) e Polícia Federal.
Segundo Criviam Paiva de Siqueira, da
Assistência da Diretoria Geral e integrante do Conselho Municipal da
Mulher, esse é um trabalho de conscientização. A população não pode
tolerar esse tipo de situação. “Precisamos divulgar aos quatro ventos a
existência desse crime e as formas de combatê-lo. Somente uma sociedade
informada defenderá os direitos humanos”, avalia.
Força da novela
Segundo o delegado da PF, Geraldo Gustaquio, embora a novela tenha vários “furos” no que diz respeito ao trabalho da polícia, tem ajudado a mostrar a sociedade que o tráfico humano existe e precisa ser combatido.
O governo brasileiro vem trabalhando
na defesa do direito das mulheres, com a implantação da Lei Maria da
Penha, considerada exemplo para outros países, e com a criação da
Coordenação Bipartite da Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico
de Pessoas, mas ainda há muito a ser feito nesse campo.
Para Vera Vieira, da Associação
Mulheres pela Paz, um dos desafios é mobilizar a sociedade para tornar
mais severa a punição para esse tipo de crime. Outro é garantir mais
Delegacias da Mulher no Brasil. Atualmente, há 400 unidades, o que
cobre apenas 10% dos 5.565 municípios. A divulgação do Disque-Denúncia
180 é uma arma importante nesse trabalho.
Segundo dados do Ministério da Justiça, em seis anos a Polícia Federal instaurou 157 inquéritos e indiciou 381 aliciadores.
Florianópolis
Pelo menos 75 mil
brasileiras são vítimas do tráfico de mulheres. Mas também existe o
tráfico de mulheres estrangeiras para se prostituírem no país. Em
outubro do ano passado, por exemplo, 28 mulheres paraguaias foram
libertadas do trabalho escravo nas cidades de Imbituba e Laguna. Entre
2007 e 2008, sete pessoas foram presas suspeitas de tráfico de mulheres
procedentes da Argentina para prostituição em boates em Rio do Sul, no
Alto Vale do Itajaí. Todos esses casos foram discutidos no encontro em
Florianópolis.
Fonte: JIE
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