Efe (22/11/2012)
A decisão veio após crescentes reclamações de colonos judeus sobre a presença dos palestinos em ônibus públicos. Os colonos reclamam que a segurança está ameaçada pela presença dos palestinos, e exigem que eles sejam devidamente revistadas antes de embarcar no veículo.
De acordo com o plano, citado pelo site de notícias israelense Walla News, as linhas já existentes vão entrar diretamente nos assentamentos judeus na Cisjordânia sem a necessidade de parar nos postos de controle, onde embarcavam os palestinos. Enquanto isso, os novos ônibus terão de passar pela inspeção das Forças de Defesa de Israel no posto de Samaria, na fronteira com o território palestino. Os veículos vão partir nos horários de saída e entrada desses trabalhadores.
O prefeito do assentamento Kernei Shomron, comemorou a resolução do Ministério de Transportes. “Estou muito contente, porque ambas as necessidades foram atendidas, tanto dos trabalhadores palestinos, que querem simplesmente levar uma vida decente, quanto dos colonos, que querem voltar às suas casas com segurança, sem o medo de ataques nos ônibus”, disse.
“Nós recebemos reclamações há muito tempo de residentes (dos assentamentos) e líderes municipais sobre os palestinos voltando de seus trabalhos em linhas regulares de ônibus, voltando sem passar por um posto de segurança”, informou a delegacia policial de Judea e Samaria citada pelo Walla News.
Terroristas e macacos
O prefeito do assentamento Ariel anunciou em sua página no Facebook que já havia se reunido com as Forças Armadas, a Polícia e o Ministério de Transporte para “impedir os palestinos de embarcar nos ônibus que vão para Ariel”. Muitos residentes deixaram comentários em seu post, caracterizando os palestinos de “terroristas” e “macacos”.
“Nas linhas de Ariel, tem mais terroristas que colonos judeus”, escreveu um deles. Outro afirmou que não conseguia visitar os parentes que vivem no assentamento porque estava muito assustada para entrar nos ônibus. “Finalmente, vocês se lembraram que nós temos ônibus repletos de árabes?”, questionou outro.
Expulsões diárias
Embora a medida ainda não tenha sido implementada, os palestinos já encontram dificuldade para embarcar nos ônibus. De acordo com apuração do jornal israelense Haaretz, oficiais de Israel começaram a expulsar esses trabalhadores em resposta às exigências dos cidadãos do país.
No início de novembro, a polícia israelense expulsou todos os passageiros palestinos de um ônibus, obrigando-os a andar por quilômetros até o próximo posto de controle das Forças de Defesa e pagar por um taxi até suas casas. “Os oficiais confiscaram seus documentos de identidade e levaram esses documentos para o posto de controle”, explicou um reservista ao Haaretz.
“Meus amigos que trabalham no posto de controle contaram que a mesma coisa aconteceu no outro dia”, acrescentou ele. Segundo reportagem do Walla News, motoristas da companhia Afikim não permitem a entrada dos palestinos em seus veículos.
Apartheid e dia-a-dia
O número de palestinos trabalhando legalmente em Israel cresceu nos últimos anos, atingindo a marca de 29 mil pessoas por dia. Esses trabalhadores moram em cidades palestinas na Cisjordânia e têm de passar por postos de controle das Forças de Defesa de Israel para conseguir entrar na cidade israelense, apesar de possuírem visto de entrada.
As únicas linhas de ônibus disponíveis para esse trajeto saem dos assentamentos judeus na Cisjordânia, que foram anexados ao território de Israel e que não admitem a entrada de palestinos sem autorização especial. Os trabalhadores embarcam nos veículos no meio de estradas depois de terem passado pela inspeção dos oficiais.
Durante a época do aparthaid, o regime da África do Sul também criou linhas de ônibus separadas para os residentes negros.
“Nós recebemos reclamações há muito tempo de residentes (dos assentamentos) e líderes municipais sobre os palestinos voltando de seus trabalhos em linhas regulares de ônibus, voltando sem passar por um posto de segurança”, informou a delegacia policial de Judea e Samaria citada pelo Walla News.
Terroristas e macacos
O prefeito do assentamento Ariel anunciou em sua página no Facebook que já havia se reunido com as Forças Armadas, a Polícia e o Ministério de Transporte para “impedir os palestinos de embarcar nos ônibus que vão para Ariel”. Muitos residentes deixaram comentários em seu post, caracterizando os palestinos de “terroristas” e “macacos”.
“Nas linhas de Ariel, tem mais terroristas que colonos judeus”, escreveu um deles. Outro afirmou que não conseguia visitar os parentes que vivem no assentamento porque estava muito assustada para entrar nos ônibus. “Finalmente, vocês se lembraram que nós temos ônibus repletos de árabes?”, questionou outro.
Expulsões diárias
Embora a medida ainda não tenha sido implementada, os palestinos já encontram dificuldade para embarcar nos ônibus. De acordo com apuração do jornal israelense Haaretz, oficiais de Israel começaram a expulsar esses trabalhadores em resposta às exigências dos cidadãos do país.
No início de novembro, a polícia israelense expulsou todos os passageiros palestinos de um ônibus, obrigando-os a andar por quilômetros até o próximo posto de controle das Forças de Defesa e pagar por um taxi até suas casas. “Os oficiais confiscaram seus documentos de identidade e levaram esses documentos para o posto de controle”, explicou um reservista ao Haaretz.
“Meus amigos que trabalham no posto de controle contaram que a mesma coisa aconteceu no outro dia”, acrescentou ele. Segundo reportagem do Walla News, motoristas da companhia Afikim não permitem a entrada dos palestinos em seus veículos.
Apartheid e dia-a-dia
O número de palestinos trabalhando legalmente em Israel cresceu nos últimos anos, atingindo a marca de 29 mil pessoas por dia. Esses trabalhadores moram em cidades palestinas na Cisjordânia e têm de passar por postos de controle das Forças de Defesa de Israel para conseguir entrar na cidade israelense, apesar de possuírem visto de entrada.
As únicas linhas de ônibus disponíveis para esse trajeto saem dos assentamentos judeus na Cisjordânia, que foram anexados ao território de Israel e que não admitem a entrada de palestinos sem autorização especial. Os trabalhadores embarcam nos veículos no meio de estradas depois de terem passado pela inspeção dos oficiais.
Durante a época do aparthaid, o regime da África do Sul também criou linhas de ônibus separadas para os residentes negros.
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