Leia a matéria
Há 10 anos, num dia de férias em Santos, Ana Sátila tomou um susto daqueles de não esquecer. Mesmo sabendo nadar um pouquinho, quase se afogou. Nem por isso resolveu se afastar da água. Filha de um professor de natação, ela bem que tentou seguir carreira na piscina e até mesmo na maratona aquática. Não deu certo. Até que conheceu a canoagem e encontrou seu lugar. A primeira experiência no barco não foi lá tão bom assim, e mesmo assim ela gostou. Ana só não esperava que fosse colocar tão rapidamente no currículo o status de atleta olímpica. Na madrugada desta terça-feira, mais precisamente às 2h, a adolescente de apenas 16 anos foi a primeira integrante da delegação brasileira a entrar na Vila.
- Eu estava confiante, mas não esperava que fosse ser tão cedo. Quando falei para os meus amigos que ia disputar as Olimpíadas, eles responderam: "Você vai curtir muito a Vila". Estou gostando mesmo, mas vim aqui para tentar uma vaga na semifinal e depois, no Rio, lutar por uma medalha. Estou calma e sei o que quero. Mas quero muito poder ver o Cesar Cielo e o Usain Bolt aqui na Vila. Isso aqui é extraordinário, mesmo ainda praticamente vazia - disse.
Apesar da pouca idade, Ana fala firme. E treina assim também. A menina nascida em Primavera do Leste, no Mato Grosso, tem um futuro promissor. A análise é do técnico italiano Ettore Ivaldi, que disputou os Jogos de Barcelona-92 e trabalhou como diretor técnico das seleções de canoagem slalom da Itália e da Espanha em Atlanta-96 e Pequim-2008. Os últimos dois meses, Ettore e Ana passaram treinando na pista oficial dos Jogos, em Lee Valley White Water Centre, considerada por ela como "bem difícil".
- Ana tem um futuro muito bom pela frente. No Brasil o que precisamos é de tempo para trabalhar. Meu problema com a Ana é ter que pará-la porque ela treina muito (risos). E é o tipo de atleta que um treinador quer porque é perfeita. Foi muito emocionante olhar no olho dela e ver que estava muito contente quando chegamos aqui. Para ela será uma importante experiência para 2016 - afirmou.
Apesar da dificuldade para dormir durante a noite - apreensiva com os Jogos e também com as malas que não tinham chegado de Verona, Ana estava feliz por ser a mais jovem atleta do Time Brasil em Londres.
- É um gosto de superação. Estou muito feliz por ter chegado até aqui. Acho que mereci por todo o trabalho que fiz. Espero conseguir cada vez mais melhores resultados
Nenhum comentário:
Postar um comentário