Maria Amélia espera que a comissão investigue o caso dos desaparecidos políticos no Brasil durante a ditadura militar (1964-1988). 'Essa é uma situação antiga e que nunca nenhum governo esclareceu. Espero que essa comissão dê conta de tantas tarefas.'
Para ela, a comissão ainda tem uma estrutura frágil, pois precisa de mais integrantes e de maior tempo de trabalho. 'Os nomes dão seriedade, acho que o problema da comissão é o da lei, que abrange um período enorme e com dois anos de funcionamento para apurar todos esses crimes. Não é compatível o período [que será apurado] com a quantidade de integrantes.'
A Comissão da Verdade é composta por juristas, ex-ministros e intelectuais. Entre os membros está a advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha, que atuou na defesa de presos políticos, como a presidenta Dilma Rousseff. 'A Rosinha foi minha advogada. Tenho por ela um apreço muito grande. Foi ela quem me salvou e me tirou daquela situação. Sei que ela é daquelas mulheres dedicadas', disse Maria Amélia.
Não há nenhum militar na comissão. De acordo com Maria Amélia, a presidenta Dilma agiu corretamente ao não indicar um integrante das Forças Armadas. 'No momento, os militares não têm idoneidade para apurar crimes que eles mesmos cometeram. É antiético.'
A Comissão da Verdade será instalada oficialmente no dia 16 de maio. O grupo terá dois anos para ouvir depoimentos em todo o país, requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer as violações de direitos humanos. De acordo com o texto sancionado, a comissão tem o objetivo de esclarecer fatos e não terá caráter punitivo.
Agência Brasil
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