terça-feira, 6 de setembro de 2011

Brasil e Paraguai têm índices de mortalidade masculina semelhantes

Embora Brasil e Paraguai tenham populações totalmente diferentes: Brasil, 190 milhões de habitantes e a maioria mulher; enquanto o país vizinho é  formado por 5,16 milhões de pessoas, sendo 50,42% de homens, os índices de mortalidade masculina são semelhantes.

Em ambos os países, de cada três mortes de adultos entre 18 e 59 anos, duas são de homens. Se reduzir a idade, de 18 a 30 anos, de cada cinco óbitos, quatro são do público masculino. E 80% dos acidentes de trabalho envolvem homens. A expectativa de vida também é menor. Eles vivem em média sete anos menos que as mulheres.

Esses dados foram discutidos semana passada durante a Oficina “Saúde do Homem na Tríplice Fronteira”, organizada pelo Grupo de Trabalho Itaipu Saúde (GT Itaipu Saúde), com a presença de técnicos da saúde e de segurança do trabalho.

Rubens Bendlin, coordenador de política de saúde do idoso e do homem da Secretaria de Estado de Saúde, explicou que, boa parte dos óbitos poderia ser evitada. Entre o público mais jovem, homicídios, acidentes de carro e agressões físicas são as principais causas das mortes. Já entre os mais velhos, encabeça a lista os AVCs (Acidentes Vasculares Cerebral), infartos do miocárdio e diabetes. “Se eles fizessem como as mulheres, procurassem o sistema de saúde, periodicamente, muitas mortes seriam evitadas”, disse.

Para Bendlin, a oficina visa chamar a atenção dos gestores para replicar nas empresas as orientações da Política Nacional de Saúde do Homem, pois, embora tenha sido criada há dois anos no Brasil pelo Ministério da Saúde, há poucos resultados positivos. “Apesar das campanhas de prevenção na mídia, a maioria continua indo ao consultório ou fazendo exames apenas quando está realmente doente”, diz.

Antropológico

O Secretário Municipal da Saúde de Foz do Iguaçu, Alexandre Kraemmer, afirmou que essa disparidade tem aspecto antropológico e por isso levará um tempo para a Política de Saúde do Homem funcionar na sua totalidade. “Nem a sociedade tampouco os técnicos estão acostumados a cuidar da saúde masculina”, disse. De acordo com Kraemmer, será necessária uma mudança drástica. “Oficinas como essa com certeza auxiliarão nesta nova fase”.

Para o secretário, como os homens dificilmente procuram atendimento, a orientação dada nas unidades de Foz é aproveitar a presença dele em qualquer um dos setores. “Caso procure um dentista, a ideia é que o profissional meça a pressão do paciente, por exemplo, e o incentive a procurar um médico”, disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário