segunda-feira, 4 de abril de 2011

As consequências econômicas da paz

Uma das coisas mais legais da internet, de acordo com o economista Carlos Paiva é poder acessar certos livros de domínio público sem ônus algum. O link abaixo é para o primeiro livro de Keynes que lhe deu notoriedade mundial. Ele era o economista-chefe do Tesouro Britânico nas conferências de paz de Versailles, e abandonou as negociações pouco antes da conclusão do tratado, alegando que as imposições dos aliados sobre a Alemanha e a Austria conduziriam à hiper-inflação nestes países, à insatabilidade política, à tomada do poder por partidos nacionalistas de esquerda ou direita, e a deflagração de uma segunda guerra mundial.
 

As consequências economicas da paz

Viver na Europa na primeira metade do século XX deve ter sido uma experiência tão intensa quanto dramática. Um verdadeiro exercício de resistência moral. A importância desta leitura, nos dias que correm, não se encontra apenas no desenvolvimento de nossa tolerância para com erros muito menores dos nossos líderes políticos. Ainda mais importante é perceber que (a despeito do que pretendem tantos pseudo-cientistas, que acham que a história é um jogo não cooperativo de solução unívoca e não dilemática em que as potências são "agentes racionais maximizadores", fazendo sempre o que é "melhor para si e para as suas classes dominantes" no curto e no longo prazo) que erros (de avaliação, de previsão das estratégias dos adversários, etc.) existem e  insistem em se reproduzir. ... Em súmula: nem sempre as coisas acabam como nos filmes de Hollywood. Não é só que, por vezes, os malvados ganham. Isto Holywood também admite, nos seus filmes de terror. O pior é que, muitas vezes, todos perdem. Isto é muito mais interessante.
Recomendo muito, até porque não é um texto de "economista". É alta literatura.

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