terça-feira, 14 de setembro de 2010

Profissionais de três países se unem para incentivar o aleitamento materno


Trinta e dois profissionais da área de saúde do Brasil, Paraguai e Argentina, participam do curso.

Começou nesta segunda-feira (13), no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), o curso “Formação de Tutores em Aleitamento Materno na Tríplice Fronteira”. O curso é organizado pelo Grupo de Trabalho Itaipu-Saúde (GT-Itaipu Saúde) e segue até sexta-feira (17). Participam 32 pessoas. Entre eles, médicos, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas do Brasil, Paraguai e Argentina. Após a capacitação, eles se tornarão tutores em aleitamento materno.

Pesquisas científicas apontam: o aleitamento materno é a estratégia isolada mais eficaz para prevenir mortes de bebês nos seus primeiros meses de vida. Pode reduzir em até 13% o índice de mortalidade infantil – daí a importância de formar tutores capazes de incentivar mães a amamentar o filho durante os primeiros seis meses de vida e, até os dois anos, complementando com outros tipos de alimento.

“Após as 40 horas de curso eles sairão prontos para incentivar o aleitamento", diz Lylian Dalet Araújo.


“Após as 40 horas de curso, os médicos e enfermeiros sairão prontos para cuidar da saúde das gestantes, bem como das mães durante o pós-parto e incentivar o aleitamento”, disse a enfermeira Lylian Dalet Araújo, coordenadora da Rede Amamenta Brasil, do Ministério da Saúde. “Na raça humana, biologicamente está determinado que somos mamíferos, mas o aleitamento está socialmente condicionado”, explicou Lylian. Segundo ela, a prática depende da experiência da família, do médico e até da moda.

Leite materno reduz mortalidade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como “aceitável” um coeficiente de mortalidade infantil inferior a dez óbitos para cada mil bebês nascidos vivos. Atualmente, na Argentina 14 bebês – a cada mil - morrem antes de completar um ano de vida; no Paraguai e no Brasil o número sobe para quase 20. “O gestor inteligente forma estes grupos de apoio. É uma ação barata para reduzir a mortalidade infantil e o retorno é impactante”, justificou Lylian.

Brasil e Paraguai precisam melhorar

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, em 2008, o tempo médio de aleitamento foi de 342 dias. Menos da metade do considerado ideal. No Paraguai a situação não é diferente. De acordo a coordenadora Nacional de Amamentação do Ministério da Saúde, Sandr Recalde, a maioria das mulheres deixa de amamentar logo nos primeiros três meses por falta de leite.

O problema pode estar ligado a fatores psicológicos ou de alimentação. O resultado é uma população infantil doente e frágil. No país vizinho, 76% das mortes de recém-nascidos ocorrem por doenças infecciosas, vinculadas à desnutrição.


“Incentivamos o aleitamento, mas ainda é insuficiente para garantir a saúde dos nossos bebês. Implantaremos a rede nas unidades básicas de saúde”, completou a médica Argentina, Fanny Elisa Almeida.

Fonte:JIE

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