quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Gleisi Hoffmann fala de suas propostas em entrevista para ADI


Gleisi falou sobre como pretende atuar no Senado Federal para ajudar no desenvolvimento do Estado

Reportagem: ADI
Foto: Divulgação

Pela primeira vez na história, o Paraná terá a oportunidade de eleger uma representante feminina para o Senado da República. Desde que a advogada Gleisi Hoffmann (PT) lançou seu nome como candidata, ela vem conquistando simpatia e apoio de diversos segmentos da sociedade, tendo chances reais de ocupar uma das duas cadeiras do Senado pelo Estado do Paraná nas eleições de 2010.

Sua experiência profissional está na gestão pública e na vida política. Gleisi já foi secretária de Estado no Mato Grosso do Sul e secretária de Gestão Pública em Londrina no Paraná. Também integrou, em 2002, a equipe de transição de governo do presidente Lula, ao lado da ministra Dilma Rousseff.

Foi a primeira mulher a assumir a Diretoria Financeira da Itaipu Binacional a convite do presidente Lula e da então ministra Dilma. Lá desenvolveu ações como a Casa Abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica, o Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente, o Programa Saúde na Fronteira e o combate à exploração sexual infantil.

Nessa entrevista exclusiva aos jornais da ADI, Gleisi Hoffmann fala como pretende atuar no Senado Federal para ajudar no desenvolvimento do Estado. Também dá sua posição sobre assuntos polêmicos, como o aborto e o ECA e fala sobre a participação da mulher na política. Confira.

Tribuna do Interior – Campo Mourão – Gleisi qual a receita para manter a coerência no Senado?
Gleisi - Acredito que o Senado não é lugar de oposição sistemática, mas de mediação e construção coletiva. Devemos trabalhar para unir nossas lideranças, sempre agregando forças e buscando o diálogo.

Diário do Norte – Maringá - Quais as iniciativas que a senhora vai tomar para dar transparência ao seu Gabinete no Senado?
Gleisi - Divulgando tudo o que faço. Seja por meio da imprensa paranaense ou na imprensa nacional, através de boletins, publicações, entrevistas, e tudo que puder fazer para mostrar o que estou efetivamente construindo no Senado. Vou fazer, inclusive, a prestação de contas dos recursos que gasto e que vou aplicar com a minha assessoria e com os gastos cotidianos do meu mandato.

Gazeta do Iguaçu – Foz do Iguaçu – Como já conhece a realidade de Foz, onde atuou na Itaipu Binacional , quais medidas entende como importantes para a região de fronteira?
Gleisi - Em primeiro lugar, precisamos de uma política consistente na área de segurança. Foi muito importante a aprovação do projeto enviado por Lula ao Congresso Nacional, que dá poder de polícia às Forças Armadas, mas temos que avançar ainda mais. Precisamos de uma ação conjunta entre o Exército e a Polícia Federal, unindo força, tecnologia e inteligência para combater o tráfico de drogas.
Outra questão importante é trabalhar pela integração da tríplice fronteira. Para mim é muito claro que o Brasil não vai conseguir avançar de forma isolada, isso precisa ser feito junto com o Paraguai e a Argentina.
Para fortalecer o comércio e a economia, a lei do micro-empreendedor precisa ser aperfeiçoada. Como senadora, quero aprofundar o debate sobre a lei porque tenho certeza que vai ajudar a melhorar a realidade da região. Não podemos considerar criminosos aquelas pessoas mais simples que vendem produtos vindos do Paraguai para sobreviver. Essa não é uma questão de polícia, mas precisa de política pública e amparo social.
A outra atuação que pretendo ter é na defesa e representação dos brasiguaios. Temos que garantir que tenham os direitos preservados. Quero ter um contato mais direto e objetivo com os brasiguaios. São brasileiros que estão no Paraguai e ajudam a construir aquele país, povo trabalhador que merece respeito tanto do Brasil quanto do Paraguai.

Jornal do Oeste – Toledo - A senhora entende ser necessária uma mudança no Estatuto da Criança e do Adolescente ou hoje, da forma como ele está formatado, atende às necessidades da sociedade?
Gleisi - Sempre defendi as causas ligadas às crianças e aos adolescentes e considero o ECA um grande avanço, à medida que coloca o menor como sujeito social de direito. Quanto mais a lei for colocada em prática mais perto se alcançará o cuidado e o respeito para com as nossas crianças e adolescentes visando a efetiva construção de sua cidadania.
Mas, é claro, que ainda há muito que fazer para garantir o direito à proteção. Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), cerca de 5 milhões de crianças e adolescentes são explorados pelo trabalho infantil. A violência doméstica e comunitária atinge 4 em cada grupo de 10 crianças, segundo estimativas. As mortes violentas de crianças e jovens aumentaram nos últimos anos, muitos deles vítimas do tráfico de drogas.

O Iguassu – União da Vitória - Além da aposentadoria para as donas de casa, que outras propostas da Gleisi beneficiariam as mulheres?
Gleisi - Acredito que igualdade só se dá com condições de formação e educação. Não podemos concorrer a uma vaga de emprego se não temos formação técnica para tanto. Defendo que seja criado um programa nacional de formação e capacitação para as mulheres com cursos técnicos que dêem condições para que elas se formem e voltem ao mercado de trabalho.

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