Um dos locais de lançamento da campanha foi a aduana paraguaia.
Autoridades brasileiras, paraguaias e argentinas lançaram, nesta quarta-feira, a Campanha de Comunicação Trinacional de Combate ao Tráfico e à Exploração de Crianças e Adolescentes. O lançamento foi feito na aduana do Paraguai, em Ciudad del Este, e no lado argentino da Ponte Tancredo Neves, em Puerto Iguazú.
Depois da cerimônia, os participantes distribuíram panfletos com textos pedindo o fim do tráfico de pessoas e incentivando as denúncias. O material foi produzido em espanhol, português e guarani.
A campanha é um dos resultados da 5ª Jornada Contra o Tráfico e a Exploração de Crianças e Adolescentes na Tríplice Fronteira, aberta na terça-feira, em Puerto Iguazú, na Argentina. A Itaipu Binacional foi representada por Gladis Mirtha Baez, coordenadora do Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA).
Os participantes da jornada vão enviar um documento aos presidentes dos três países, apresentando propostas de campanhas de comunicação e capacitações articuladas. A meta é sensibilizar a comunidade e agentes públicos no enfrentamento à violência contra meninos e meninas.
Dina Cabañas, assessora jurídica da Secretaria Nacional de Crianças e Adolescentes do Paraguai, explica que em seu país há vários programas de prevenção, mas é preciso mais para enfrentar o problema. “Nossa população é muito pobre, o que facilita o aliciamento”, diz. De acordo com Dina, os países precisam se unir, mas a sociedade também deve estar atenta e denunciar. À polícia, cabe prender os culpados.
Legislação
O documento também pede a revisão das legislações do Brasil, Paraguai e Argentina no que diz respeito aos jovens, pois nem sempre o que é crime num país é no outro. Um dos exemplos citados por Gladis Mirtha é o tráfico interno. “No Brasil e na Argentina, o tráfico de pessoas entre municípios e estados é considerado crime; no Paraguai, não”.
Para o ministro de Direitos Humanos da província (estado) de Misiones, Argentina, Edmundo Ramón Soria, a paridade entre as leis ajudará no combate a estes crimes. Segundo o ministro, a legislação argentina é dura. “Estamos atuando na repressão. Vários traficantes e aliciadores foram condenados à prisão, em penas que podem chegar a 15 anos de reclusão”.
Um dos exemplos de trabalho unificado apontado por Edmundo foi um termo assinado entre o Paraguai e a Argentina há dois anos. Neste período, mais de 250 jovens paraguaias trabalhando na Argentina foram devolvidas ao país de origem.
Até o fim
Maria Luiza Amaral de Rizzotti, secretária nacional de Assistência Social, reforçou a ideia de trabalho integrado e colocou toda a rede de serviços brasileira à disposição dos vizinhos. “Esta é uma luta muito importante para agirmos sozinhos. Precisamos de integração e comunicação”.
Fonte: JIE
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