sexta-feira, 25 de junho de 2010

“Metas do governo em 2003 ajudaram o Brasil a superar a crise mundial”, diz ministro



O ministro, acompanhado por Joel de Lima, foi recebido pelo diretor de A Gazeta, Rogério Bonato

Samyra Nassar - Reportagem

Cumprindo agenda em Foz do Iguaçu na última semana, o ministro do Desenvolvimento do governo Lula, Paulo Bernardo, participou de uma reunião do Conselho de Administração da Itaipu Binacional e visitou alguns veículos de comunicação locais, entre os quais A Gazeta do Iguaçu, onde concedeu uma entrevista exclusiva. Paulo Bernardo reconheceu que os programas do governo podem avançar. "Todos os programas do governo podem ser melhorados, seria uma pretensão muito grande achar que estamos fazendo tudo de maneira maravilhosa. Nós estamos fazendo políticas corretas, o que não quer dizer que se for feita uma avaliação, não tenham coisas para melhorar", reconheceu. Mesmo assim, Paulo Bernardo atribui às políticas que vêm sendo implantadas pelo atual governo desde 2004, o efeito mais ameno da crise econômica mundial no Brasil.

O ministro começou fazendo uma sucinta retrospectiva do governo Lula. Enumerou algumas das propostas do governo petista feitas no Plano Plurianual, em 2003, como, promover o crescimento econômico de forma sustentável e com inclusão social, criando um mercado de consumo de massa no país. "Nós fizemos questão da retomada dos investimentos em infraestrutura, na parte de políticas sociais e no meio disso tivemos uma crise mundial e, ainda temos, a Europa ainda não resolveu seus problemas. O Brasil passou relativamente ileso porque tomamos medias rápidas, diminuímos impostos e juros, aumentamos os investimentos e, além disso, aquilo que nos propusemos a fazer em 2003 foi o que nos ajudou a resolver", observou.

A classe média

Paulo Bernardo falou do aumento da população de consumidores no atual governo e atribuiu a este fato o aumento da movimentação sustentável da economia no país. "Trinta milhões de pessoas a mais na chamada classe média, gente consumindo. Quando baixamos o imposto dos produtos da linha branca, as vendas dispararam; as pessoas acharam meio caro, fora do orçamento, mas depois, o povo foi à luta", opinou o ministro, afirmando, ainda, acreditar que o governo Lula foi bem-sucedido em seus dois mandatos.

Formalidade

Segundo ele, a população com emprego formal quando Lula assumiu era de 24 milhões de pessoas, número que deve subir para 39 milhões no final de 2010. "São 15 milhões de pessoas a mais na formalidade, é uma coisa muito importante, porque significa que as pessoas estão pagando a Previdência e seus impostos, é gente que conseguiu segurança, que está pagando a Previdência e que vai se aposentar no futuro", destacou Paulo Bernardo.

Sobre a reforma tributária, o ministro acredita que ela acabaria ou se restringiria com a guerra fiscal, simplificaria o sistema de impostos e diminuiria as alíquotas. Paulo Bernardo reconheceu que a carga tributária para empresas e cidadãos poderia ser menor, e deu um exemplo prático de como essa reforma seria executada, opinando sobre o porquê dela não ter sido aprovada. "A contribuição que as empresas dão para a Previdência hoje é de 20% e mais 2,5% de salário educação; nós iríamos acabar com o salário educação, mesmo sem parar com os investimentos no setor, e reduzir de 20% para 14% a contribuição. Eu acho que essa reforma não foi aprovada por dois motivos: um, porque os governadores querem continuar fazendo guerra fiscal, e o outro, é que ela tornaria muito mais difícil a sonegação. E isso também criou resistência. Gente que hoje consegue dar um ‘jeitinho’ de não pagar, iria ter de pagar. Pagar menos, mas iria ter de pagar", apontou o ministro, afirmando que credita que o Brasil, na próxima década, será a quinta maior economia do mundo. "Isso não é só o Brasil que está dizendo, são várias instituições do mundo inteiro que estão falando. Para tanto, nós temos de nos preparar, investindo na educação, ciências e tecnologia, produzir mais infraestrutura, melhorar os índices sociais do Brasil. O país melhorou muito, mas uma coisa é você concordar que melhorou e outra é você achar que está tudo resolvido, e não está", observou.

Eleições 2010

De acordo com Paulo Bernardo, a prioridade do PT nas eleições deste ano são os candidatos ao Senado, e o número de candidatos a deputado no Paraná vem crescendo. "Pelo menos em uns 20 Estados nós teremos candidatos fortes ao Senado. As chapas, tanto para a Câmara dos Deputados, quanto para a Assembleia Legislativa também estarão mais fortes. Aqui mesmo, no Paraná, nós achávamos, no início do ano, que teríamos poucos candidatos a deputado estadual, e já estamos com um número grande. As pessoas estão se animando, eu acho que o quadro da eleição presidencial também acaba influenciando nos Estados", afirmou.

Segundo o ministro, a intenção do PT nestas eleições eram alianças com o PDT e o PMDB. "Se o Pessuti se dispuser a apoiar o Osmar Dias, nós ficamos com uma candidatura capaz de ganhar a eleição; se não, nós teremos duas alternativas: ou lançamos um candidato ou apoiamos o Pessuti", concluiu o ministro.

Fonte: Gazeta do Iguaçu

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