No Dia Internacional da Luta contra Aids, balanço mostra redução de 5,5% na identificação de infectados na comparação entre 2013 e 2014
O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (1º), Dia Mundial da Luta Contra a Aids, campanha nacional para incentivar portadores do HIV a iniciar tratamento, que é gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos doentes e reduzir a transmissão do vírus.
A campanha, intitulada “Viver com o HIV não é fácil, mas eu encaro”, visa assegurar a qualidade de vida dos portadores e conter o alastramento da doença. Os vídeos vão ao ar nesta terça-feira, contam com casos reais de portadores do HIV e serão veiculados na TV, rádio transmitidos nas redes sociais.
A campanha reforça a nova mensagem sobre o tratamento e a prevenção e a decisão recente do governo federal de autorizar a comercialização do auto-exame para diagnóstico da doença em farmácias e drogarias.
A medida visa permitir que pessoas com receios em fazer o teste na rede pública ou privada possam fazer um auto-exame e, a partir disso, buscar tratamento para redução da carga de vírus no corpo, maior qualidade de vida no convívio com o vírus e redução da transmissão do HIV.
De acordo com o ministro, o kit para auto-exame deverá estar disponível no mercado brasileiro no primeiro semestre de 2016.
Sob controle
Conforme dados do Boletim HIV-Aids, edição 2015, desde o início da epidemia da doença no Brasil, em 1980, até junho deste ano foram registrados 798.366 casos de Aids.
Nos dados mais recentes, o documento mostra que a taxa de identificação da doença caiu 5,5% no País entre 2013 e 2014, passando de 20,8 casos por grupo de 100 mil habitantes no ano retrasado para 19,7 casos no ano passado, na maior redução em 12 anos da epidemia no Brasil.
Considerando os últimos 12 anos, a taxa de identificação da doença foi reduzida em 9%, de 21,6 casos por grupo de 100 mil habitantes em 2003 para 19,7 casos em 2014.
Do total das pessoas portadoras da doença, 80% fizeram o teste e sabem que carregam o vírus, dessas, 62% estão em tratamento.
O Ministério da Saúde tem alertado que os doentes que submetem ao medicamento registram importante redução da carga viral (quantidade de vírus no corpo), contribuindo expressivamente para a diminuição da transmissão do vírus e controle da enfermidade.
“A Aids é grave, devastadora e precisa ser encarada com seriedade”, disse o ministro da Saúde, Marcelo de Castro, em apresentação da nova campanha contra o vírus.
Jovens
Os dados mais recentes sobre a aids no Brasil mostram que os casos da doença tem se concentrado entre jovens.
Em 2004, a taxa de identificação da doença entre jovens (pessoas entre 15 e 24 anos) era de 9,5 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2014, esse número subiu para 13,4 casos por 100 mil habitantes, com alta de 41% nesse segmento.
“Devido ao número de jovens (portadores do HIV) estamos um tanto preocupados. A campanha contempla esse segmento, precisamos nos unir, informar e trazer os jovens para participar do diálogo, dos debates”, afirmou o ministro.
Já o diretor do Departamento de Vigilância, Prevenção e Combate à Aids, Fábio Mesquita, disse que o alastramento da aids entre jovens é um problema mundial associado ao fato de a atual geração de adolescentes e de jovens adultos ser mais liberal que os jovens das décadas de 80 e de 90, que conviveram com períodos mais agudos do drama da aids.
O vírus HIV é transmitido de quatro formas: pelo sangue, sêmen, secreção vaginal e pelo leite materno.
Retrato da Aids
Na fotografia da doença no território nacional, a maior parte dos casos está nos estados do Sudeste (53,8%) e do Sul (20%).
As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte correspondem a 14,6%, 5,9% e 5,7% de todos os casos, respectivamente.
Na classificação por gênero, o boletim HIV Aids 2015 informa que 65% dos infectados são homens.
Entre as mulheres, os dados coletados desde 2000 até junho de 2015 mostram 92.210 gestantes portadoras do vírus, a maioria, 71,3% residentes das regiões Sudeste e Sul. Somente em 2014 foram notificados 7.668 gestantes infectadas.
Fonte: Ministério da Saúde
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