O programa prevê também a criação de seis novos núcleos de atendimento às mulheres nas fronteiras – Brasiléia (AC), Corumbá e Ponta Porã (MS), Santana do Livramento e Jaguarão (RS) e Bonfim (RR) - e a ampliação de outras três unidades já existentes – Foz do Iguaçu (PR), Pacaraima (RR) e Oiapoque (AP). O objetivo é combater o tráfico internacional de mulheres. Além disso, o “Mulher, viver sem violência” também realizará campanhas continuadas de conscientização, formação e informação para mudança de comportamento.
Segundo a presidenta Dilma, este é o governo que mais investiu em políticas públicas voltadas para as mulheres, entretanto, ainda é preciso fazer muito mais para combater a violência contra a mulher. "Queremos que o País se aproxime cada vez mais do dia em que o nosso País, a nossa sociedade, e os governos tenham tolerância zero com a violência praticada contra a mulher. Queremos que esse país seja um país com tolerância abaixo de zero, porque esse crime envergonha a humanidade” afirmou a presidenta."Eu sei que nenhum governo sozinho é capaz de dar conta dessa luta, mas nos esforçamos para fazer a parte do governo federa", completou. Ao todo, as ações terão investimento federal de R$ 265 milhões.
A preocupação do governo não é à toa. “Dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) mostram que em 2012, foram computados 732,4 mil registros na Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, sendo 88,6 mil relatos de violência, ou que significa dez a cada hora. Segundo o balanço, o risco de morte chega a 50%, de espancamento a 39% e de estupro a 2%. Dentre as unidades federativas o Distrito Federal está na liderança, seguido por Pará e Bahia”, alerta Gleisi Hoffmann.
Segundo a ministra, Curitiba foi uma das capitais que já manifestou interesse em ter um dos centros integrados. “O objetivo do governo é que cada capital abrigue um desses centros integrados, mas isso depende de parceria com Estado e município”, explica a ministra Gleisi. No caso do Paraná, a Prefeitura de Curitiba, por meio da Secretaria da Mulher, já se manifestou junto ao governo federal para abrigar uma unidade, que vai atender a todo o Estado.
Atos
Durante o evento, a presidenta Dilma assinou os decretos do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM) e o de atendimento humanizado e custódia de provas. Também foram assinados um acordo de cooperação técnica com o Judiciário, Defensoria Pública e Ministério Público; um termo de adesão para os Estados, que terão 60 dias para aderir à ação; e uma portaria que estabelece o grupo executivo interministerial, que tratará do fluxo de serviços e do protocolo de procedimentos e serviços, bem como do monitoramento das ações. Houve, ainda, a assinatura de um acordo de cooperação Jovens e Meninas Fazendo Ciência e a entrega do Prêmio Mulheres Rurais que Produzem o Brasil Sustentável.
O “Viver sem Violência” soma-se a outras iniciativas já lançadas pela presidenta, que visam consolidar as políticas públicas voltadas para a mulher. “O governo federal tem trabalhado com afinco na criação e aprimoramento dessas políticas públicas. Já lançamos o Rede Cegonha, que garante atenção integral à mãe e ao bebê; estamos ampliando o número de creches; aumentando os investimentos para prevenir e enfrentar o câncer de mama e de colo de útero. Há ainda o programa Trabalho e Empreendedorismo da Mulher e o Brasil Carinhoso”, enumera a ministra Gleisi. “Com isso, nosso país vai caminhando em busca da igualdade e do reparo às injustiças com essa mulher que já esteve à margem da sociedade”, completa a chefe da Casa Civil.
Luta em prol das mulheres
Gleisi Hoffmann é autora do Projeto de Lei do Senado (PLS 49/2011) que impede a suspensão de processos que tratem de crimes cometidos com violência doméstica ou familiar contra a mulher e dá prioridade a essas ações nos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. A medida foi aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, em abril de 2011, e tramita na Câmara dos Deputados.
Segundo a ministra, o objetivo foi tornar mais eficazes as medidas de proteção à mulher vítima de violência doméstica e reforçar que o benefício, instituído pela Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais (Lei 9.099/1995), não pode ser aplicado em relação às situações de que trata a Lei Maria da Penha.
“Foi justamente contra esse entendimento que apresentamos o projeto, porque ele pretende clarificar, na própria Lei dos Juizados Especiais, a impossibilidade de suspensão de penas privativas de liberdade aplicadas no âmbito da Lei Maria da Penha”, explica.
Fonte: Assessoria
Fotos: PH Carvalho / Presidência da República
Nenhum comentário:
Postar um comentário