sexta-feira, 18 de maio de 2012

Dia Nacional de Combate à Exploração de Crianças é lembrado com caminhada

Uma caminhada de aproximadamente três quilômetros pela Avenida Brasil em Foz do Iguaçu, com a participação de crianças, adolescentes e integrantes das entidades ligadas à defesa do direito infantojuvenil marcou mais uma vez o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, instituído em 18 de maio, por lei federal.

Apesar de a ação ser repetida todos os anos na fronteira, é nesta época que as denúncias aumentam. Segundo dados do Conselho Tutelar em Foz do Iguaçu, o órgão recebe cerca de 100 denúncias por mês, mas aumenta 20% quando campanhas semelhantes a esta marcha são realizadas no município.

Em todo o Brasil, um balanço divulgado pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos afirma que, de janeiro a abril de 2012, o Disque 100 recebeu 34.142 denúncias, cerca de 70% a mais que no mesmo período de 2011. A região Sul está em terceiro lugar no ranking com 3.855. No Paraná, foram feitas 1.464 ligações, aproximadamente 85% mais que no ano passado, 795.

A caminhada começou às 8h30 em frente ao 34º Batalhão de Infantaria Motorizado e seguiu pela Avenida Brasil até a Praça do Mitre. Na Praça, as entidades ligadas à Rede Proteger distribuíram panfletos da Campanha Faça Bonito - Proteja nossas Crianças e Adolescentes, cujo objetivo é convocar a sociedade a assumir sua responsabilidade diante do problema, bem como apresentaram os serviços oferecidos para prevenção e combate à exploração e ao abuso de meninos e meninas em Foz.

Cultura

Os adolescentes do Projeto Plugado – Canais Ligados na Cultura!, mantidos pelo Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA), da Itaipu e Casa do Teatro deram o exemplo de protagonismo juvenil. O grupo apresentou o espetáculo Encontros”, levando mensagens de paz, respeito e convivência em harmonia, por meio de uma peça que reúne dança e performances poéticas. A proposta foi mostrar métodos de tirar jovens da situação de vulnerabilidade social através da arte.

Jéssica Barros de Morais (foto ao lado), estagiária do Projeto Atitude, pediu mais atenção a este crime cometido contra as crianças. “Na fronteira se fala muito em tráfico de drogas e contrabando, mas muitas vezes esquecem-se da violação dos direitos da infância. Hoje, estamos aqui para lembrar que este crime também existe”.

Embora não haja um levantamento com dados oficiais, devido a dificuldade de chegar até este público, as entidades estimam que cerca de 4 mil crianças vivam me situação de risco na fronteira.

Denúncia

Criviam Paiva de Siqueira, da Itaipu, destacou que a empresa apoia a iniciativa por acreditar que ações como essas, podem salvar vidas. “Uma denúncia anônima para o Disque 100 ou 181 pode evitar que uma criança tenha seus direitos violados”,disse.

Segundo Joel de Lima, assistente do diretor-geral da Itaipu, o cuidado com as crianças deve ocorrer diariamente, mas neste dia há um reforço no enfrentamento à violência sexual infantojuvenil. “Mexer com o corpo de uma criança pode influenciar de forma negativa o comportamento dela para o resto da vida”.

O Padre Giuliano Inzis, da Rede Proteger, reforçou: “Queremos que Foz seja um exemplo no combate à exploração e na violação de direito dos jovens. E estamos trabalhando para isso”.

As atividades foram organizadas pela Prefeitura e Rede Proteger, com o apoio do Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA), da Itaipu.

18 de Maio

O dia 18 de Maio tem como objetivo de reforçar o enfrentamento à violência sexual contra meninos e meninas, bem como mobilizar os diversos setores da sociedade sobre o problema. A data foi escolhida como protesto contra um crime impune. Em 18 de maio de 1973, em Vitória-ES, uma menina de oito anos foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada por jovens de classe média alta. Apesar de ser considerado bárbaro, o crime, conhecido como “Caso Araceli”, prescreveu e os culpados permanecem impunes.

Curso capacitará profissionais que trabalham com adolescentes

No dia 28, o PAIR/Mercosul (Estratégia Regional de Enfrentamento ao Tráfico de Crianças e Adolescentes para fins de Exploração Sexual no Mercosul) promove, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), com o apoio do PPCA, a “Capacitação da rede local no enfrentamento á violência sexual”.

O objetivo é levar aos profissionais e demais atores envolvidos na formulação e execução das políticas públicas voltadas ao público infantojuvenil conhecimento e subsídios que possam potencializar as ações já em curso no município, possibilitando a definição de fluxos e metodologias mais eficazes no enfrentamento à violência sexual.

Fotos: Adenésio Zanella

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