A Ponte Internacional da Amizade – que liga Foz do Iguaçu, no Brasil, a Ciudad del Este, no Paraguai – foi palco, na manhã desta quarta-feira (18), de uma mobilização alusiva ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de Maio. O local é considerado um dos mais vulneráveis à exploração infantojuvenil.
De forma pacífica, um grupo de 400 adolescentes atendidos pelo Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA), da Itaipu, abordou motoristas, pedestres e motociclistas para entregar folders da campanha “Faça Bonito – Proteja nossas crianças e adolescentes”, instituída pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos. O objetivo foi incentivar a denúncia, por meio do Disque 100, e mostrar as boas ações em desenvolvimento na cidade para reduzir o número de casos na fronteira.
Segundo Joel de Lima, assistente do diretor-geral brasileiro da Itaipu, apesar de haver uma data especial para lembrar o problema, o cuidado deve acontecer todos os dias. “Cada cidadão deve ter o compromisso de denunciar casos de maus-tratos contra crianças, todos os dias”, disse.
Ele lembrou ainda que, embora o abuso e a exploração sexual sejam considerados as piores agressões contra meninos e meninas, os direitos infantis são violados também quando uma criança em idade escolar não frequenta a sala de aula. Outra transgressão é privá-la de uma alimentação adequada. Diariamente o Conselho Tutelar de Foz recebe 100 denúncias de violação dos direitos do público infantojuvenil.
O padre Giuliano Inzis, da Rede Proteger, destacou que as 40 instituições da Rede vêm trabalhando na prevenção, mas ainda há muito a ser feito. “Prevenir é reduzir gastos no futuro. Uma criança sem proteção hoje pode ser um drogado ou um criminoso amanhã”, ressaltou.
Conscientização
Stênio Fornari e Ana Júlia de Souza, ambos de 13 anos, fazem parte do projeto “Plugado! Canais Ligados na Cultura”, que está transformando 40 jovens em agentes culturais. “Os adultos precisam saber que dezenas de crianças são violentadas ou exploradas todos os dias. Nossa geração precisa de ajuda e cuidado”, disse Stênio. “Muitos fingem que o problema não existe, mas muitas agressões ocorrem dentro da própria casa. Precisamos denunciar, nem que sejam nossos próprios pais”, complementou Ana Júlia.
O comerciante Silvano Cadore parabenizou a iniciativa. “Como a exploração é um tabu, às vezes esquecemos o problema. Essa mobilização divide a responsabilidade. Todos podem contribuir para reduzir o número de casos”, afirmou.
Denúncias
Segundo a conselheira tutelar Maria Sirlei Lopes, o tema deve ser colocado em pauta diariamente. “Essa semana, graças às reportagens exibidas pela mídia nos últimos dias, nesta madrugada uma criança de oito anos falou à mãe que estava sendo abusada pelo vizinho”, relatou a conselheira. O caso já está sendo investigado.
As denúncias podem ser feitas através do Disque 100 ou ao próprio Conselho Tutelar: (45) 3523-0023.
Fonte: JIE
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