sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Lula apela a movimentos sociais para a manutenção das conquistas do Mercosul

No discurso de encerramento da 10ª Cúpula Social do Mercosul, na noite desta quinta-feira (16), no Cineteatro dos Barrageiros, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo aos movimentos sociais para que mantenham os avanços obtidos nos últimos oito anos e ajudem a fortalecer a integração dos países da América Latina. “Conquistamos uma relação política invejável.

Ainda falta muito, precisamos criar mecanismos de decisões entre nós, mas avançamos de forma extraordinária”, ressaltou. “É um legado que vocês não podem perder”.
    

Lula discursa na Cúpula Social do Mercosul: “Conquistamos uma relação política invejável".

Lula participou da cerimônia ao lado dos presidentes do Paraguai, Fernando Lugo, do Uruguai, José Mujica, do Suriname, Desi Bouterse e da Guiana Francesa, Bharrat Jagdeo. A presença dos presidentes teve caráter
simbólico. Pela primeira vez chefes de Estado participantes da Cúpula dos Presidentes do Mercosul – realizada em Foz do Iguaçu – visitam a Cúpula Social. “Nossa presença aqui hoje, dos presidentes e movimentos sociais, é sinal de que todos almejamos maior participação da sociedade na construção de um Mercosul ainda mais democrático, cidadão e solidário”, discursou o presidente.

O tom do discurso foi descontraído, mas de despedida. Lula ressaltou que a aproximação dos países latino-americanos, na última década, constituiu a base da boa fase econômica da região. Segundo ele, enquanto as nações desenvolvidas sofrem com as crises, a estagnação e índices de desemprego elevados, a América do Sul experimenta crescimentos que vão de 7,7%, no caso do Brasil, até 9,7%, no Paraguai – e de 6% no conjunto da América Latina e Caribe. Bem acima da média mundial, de 3,5%. “Nós não
temos o direito de perder o que conquistamos”, ressaltou Lula. “Nós não temos o direito de voltar, temos que seguir em frente, construindo o Mercosul”, insistiu.

O presidente arrancou aplausos quando disse que “há dez anos, os presidentes dos nossos países disputavam apenas o direito de ver quem era mais amigo dos presidentes dos Estados Unidos, quem seria convidado a ir a Camp David passar o final de semana”.

Segundo ele, “o Mercosul tinha sido jogado na lata do lixo” e a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) era apresentada como a salvação da América do Sul.

Para Lula, o fortalecimento do Mercosul, impulsionado por governos populares, transformou a América do Sul em um “importante polo irradiador de dinamismo”. “Estima-se que es se bom desempenho seja mantido nos próximos anos.
Ao mesmo tempo, alcançamos nível de maturidade política que nos tem permitido avançar na consolidação da democracia em nossas sociedades”, acrescentou.

Segundo Lula, as conquistas na região só foram possíveis graças ao clima de entendimento e de confiança. “Foi fundamental, sobretudo, o apoio e a mobilização das organizações populares e dos mais diversos movimentos sociais”, disse. “Sabemos da importância da solidariedade e da justiça social, para que a prosperidade e a liberdade política sejam, de fato, a porta de entrada dos nossos povos em uma nova etapa de sua história.”

Fonte: JIE

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